O Valência estreia-se no campeonato espanhol, neste sábado, frente ao Málaga. Ricardo Costa acredita que a sua nova equipa tem capacidades para rivalizar com o campeão Barcelona e o Real Madrid na luta pelo título. Em entrevista ao Maisfutebol, o central português conta como foi a sua integração no clube «ché» e explica o que o motivou a aceitar o desafio.

Depois de todos os títulos conquistados em Portugal e do triunfo no campeonato alemão, o que mais o motivou para aceitar este desafio na liga espanhola?

«Poder jogar numa das ligas mais competitivas do mundo, num clube com história, numa equipa que luta sempre por títulos na liga espanhola. Elaboraram um plantel com um sentido de conquista e de construção de equipa, em que me enquadrei. Por isso quis agarrar este projecto a quatro anos.»

Diz que está numa das ligas mais competitivas do mundo, há quem a considere a mais competitiva da Europa. Concorda?

«Concordo. Tinha várias opções para escolher e escolhi a espanhola. Muita gente fala na liga inglesa, mas a mim não me atrai tanto como a espanhola, os melhores jogadores do mundo estão na liga espanhola.»

E que outras grandes diferenças que vê na liga espanhola em relação às outras?

«A qualidade de jogo e dos jogadores, a vivência do futebol aqui em Espanha. Os jogadores optam pelos campeonatos em que as suas características são mais propícias. Penso que as minhas se adaptam mais ao futebol espanhol.»

Que balanço faz da sua adaptação ao Valencia e à cidade?

«Está a ser muito boa. Também tive a sorte de ter dois portugueses no plantel, ajudou-me bastante a entender as normas do clube. Nas primeiras quatro semanas de trabalho tive de adquirir os novos métodos de trabalho, as novas ideias dos treinadores, mas que com os treinos e os convívios de equipa tudo se adquire. Estamos prontos para jogar a partir de sábado.»

Nesses novos métodos de trabalho, o que é que foi mais difícil?

«Nada. São apenas novas ideias e formas de jogar. Não tive grandes dificuldades, porque o futebol é mais jogado, aqui não é preciso tanta disponibilidade física, o que me ajuda bastante. Na Alemanha tive mais dificuldades na adaptação, também por causa da língua. Aqui, os conceitos são muito mais fáceis e aplicando o castelhano consigo perceber melhor as ideias do treinador.»

Foi uma mais-valia reencontrar compatriotas no novo clube?

«Sim, foi muito mais fácil, até para a integração no grupo de trabalho. De certeza absoluta que os colegas espanhóis lhes perguntaram coisas acerca da minha pessoa e isso é uma ajuda.»

Apesar de uma pré-época com alguns resultados negativos, o Valencia está preparado para rivalizar com o campeão Barcelona e o Real Madrid na luta pelo título espanhol?

«Sim. Sou daqueles que considera que os testes de pré-época não correspondem muito à realidade. Vamos fisicamente desgastados para os jogos, que normalmente são de apresentação de outras equipas. As viagens são muito desgastantes. Nunca foi um grande problema não ganhar muitos jogos no princípio. Fizemos o jogo de apresentação com a Fiorentina, jogámos contra outra equipa italiana e ganhámos os dois jogos por 2-0 sem lhes dar hipóteses. A nossa equipa já está mais fresca, não temos só 11 mas 23 jogadores muito bons, que podem dar resposta às competições em que estamos inseridos.»

E como define os dois principais rivais, Barcelona e Real Madrid?

«Temos de os respeitar porque são excelentes equipas, com excelentes jogadores. Mas vamos formar o nosso colectivo, a nossa união, vamos tentar ser uns rivais à altura para lhes darmos muitos problemas quando se deslocarem a Valencia e quando formos jogar ao Camp Nou e ao [Santiago] Bernabéu.»

A Liga dos Campeões também é um objectivo para o Valencia?

«Vamos entrar na fase de grupos e o principal objectivo é passar aos oitavos-de-final. A partir daí vamos ver quem nos vai calhar pela frente e pensaremos jogo a jogo.»