Em novembro de 2011, André Santos recebeu um Rugido de Leão. Dois anos mais tarde, é um adversário com esperança de lucro para o Sporting. O reencontro será neste domingo, em Guimarães.

Tudo mudou. André Filipe Bernardes Santos, que vestia de verde e branco desde 2000, ganhou e perdeu espaço no plantel principal. Neste defeso, à entrada para o último ano de contrato, consumou-se o divórcio.

Guimarães foi o próximo destino, o início de uma nova era para o médio. Para trás ficou uma época 2010/11 de grande nível, reforçando as promessas um futuro brilhante.
Um dos jogadores mais utilizados no Sporting, chegou à seleção nacional e somou duas internacionalizações.

A temporada seguinte foi agridoce. Apenas 16 jogos como titular, em todas as competições, com golos importantes frente a Nordsjaelland e, sobretudo, Légia de Varvósia. Lembra-se? Entrou aos73, marcou de trivela aos 88, 2-2 como resultado final. Era o sonho europeu de Ricardo Sá Pinto.

Saiu para o Deportivo da Corunha, aproximou-se o final do contrato e a necessidade de uma decisão: ficar e renovar ou abandonar de vez o Sporting. As partes acordaram a segunda via.

Aos 24 anos, André Santos surge como figura do passado para os leões. Estará do outro lado do relvado no Estádio D. Afonso Henriques.

Curiosidade: na melhor época do médio com a camisola do Sporting, um jovem fez a sua estreia no Berço. A 3 de abril de 2011, José Couceiro lançou William Carvalho. Entrou ao minuto 89, ainda com idade de júnior e com os leões em vantagem. João Paulo fugiu à sua marcação para garantir o empate (1-1). Hoje em dia, é ele o trinco promissor do Sporting e já chegou à seleção nacional.


35 por cento como esperança de lucro

Voltando a André Santos. O Sporting libertou o jogador em definitivo mas apoiou-se numa política que tem seguido nos últimos tempos: manter parte dos direitos económicos tendo em vista uma futura transferência. O jogador sai a custo zero com esperança de lucro a médio prazo.

O médio português, por exemplo, pode representar um encaixe interessante.
Os leões têm direito a 35 por cento do valor envolvido numa possível negociação. Ou seja, não manteve um jogador com 13 anos de casa mas poderá ter retorno financeiro com a sua afirmação noutro clube, mesmo sem vínculo contratual.

Não é caso único no Vitória de Guimarães, aliás. Neste defeso, o Sporting também libertou Nii Plange com o recurso à mesma lógica. O extremo será mais uma arma à disposição de Rui Vitória no embate deste domingo.

Nii Plange chegou a Lisboa no verão de 2012 e fez a sua estreia frente à equipa secundária dos vitorianos, na Liga de Honra. Foi conquistando o seu espaço e deu nas vistas na reta final da temporada. Em quatro jogos entre abril e maio, marcou quatro golos e foi chamado por Jesualdo Ferreira. Suplente utilizado na última jornada da Liga, na visita ao Beira Mar.

Nascido no Gana e internacional pelo Burkina Faso, o jogador de 24 anos ainda participou na digressão de pré-época ao Canadá mas não entrou nos planos finais de Leonardo Jardim.

O Vitória de Guimarães garantiu Nii Plange a custo zero mas, uma vez mais, terá de partilhar um eventual lucro com o Sporting. O clube de Alvalade ficou com 50 por cento dos direitos económicos tendo em vista uma futura transferência.

Amido Baldé serviu de exemplo para os leões nesta ponte para o Minho. Na época passada, rumou a Guimarães, deu nas vistas e foi transferido para o Celtic. Neste caso, o Sporting ficou com apenas dez por cento do passe. Lucrou pouco mais de cem mil euros. Agora, aumentou as percentagens.

Após um início promissor, com registo de um golo na Liga Europa frente ao Rijeka, Nii Plange oscilou e viveu recentemente um episódio pouco abonatório. Ia entrar no Dragão mas Rui Vitória mudou de ideias: «Naquele momento achei que o jogador que ia entrar não ia ter a convicção necessária. Se há coisa que eu percebo são os sinais das pessoas. Foi aquele 'feeling' de treinador, parecia-me que era preciso mais do que aquela convicção naquele momento. Se houver mais alguma coisa será tratado.»