Fernando Santos, em conferência de imprensa, no Estádio do Algarve, depois da vitória de Portugal sobre a Letónia, em mais um jogo da fase de qualificação para o Mundial2018.

[Marians Pahars disse que a entrada de Quaresma fez a diferença...]

- A entrada do Quaresma mexeu com o jogo porque alterou algumas coisas que não estavam tão bem na equipa, e naturalmente mexeu com o jogo. O Quaresma, o que fez a diferença, foi que fez mais cruzamentos e a sua entrada nesse aspeto foi importante, porque abriu o jogo e não envolveu tanto para o jogo interior como estavam a fazer o nani e o João Mário e assim abriu mais o jogo e desestabilizou mais a equipa adversária. Nesse aspeto foi, claramente, importante.

[Análise ao jogo]

- Acabou por ser sofrido. Tinha chamado a atenção dos jogadores para esta equipa da Letónia, que defende bem e tem jogadores de excelente porte atlético, e que poderia causar alguns problemas em bolas paradas. Na primeira-parte estivemos bem na posse de bola mas colocámos pouca intensidade no jogo, com uma circulação sempre muito lenta e à procura do jogo interior. Nas poucas vezes que fizemos variação de flancos nunca aproveitámos para dar embalagem e velocidade ao jogo, e desestabilizar o adversário. E isso foi permitindo que a equipa da Letónia - bem agrupada - conseguisse controlar as nossas investidas. Fizemos muito jogo interior e entrámos muitas vezes pela zona central, a querer entrar com a bola na área e isso complicou o nosso jogo. Fizemos o golo de penalty e aí deveria e podia mudar as nossas características, porque a Letónia modificou-se ligeiramente, mas não conseguimos aproveitar. Disse isso aos jogadores ao intervalo, que tínhamos que acelerar o jogo, de sermos mais rápidos e que não podíamos fazer esta posse de bola para trás e para os lados com muita calma. Apesar de termos feito muitas recuperações, era preciso também ganhar mais as segundas bolas, porque em alguns desses  momentos faltou-nos alguma agressividade para não permitir a saída do adversário.

- Entrámos bem na segunda-parte, melhorámos algumas coisas, infelizmente o Cristiano não conseguiu concretizar o penalty que daria o segundo golo e uma leitura diferente ao jogo, porque a partir daí aconteceria o que aconteceu na parte final do jogo, e fomos surpreendidos num lance de contra-ataque que deu golo. A equipa reagiu muito bem e também fomos felizes com o golo do William logo a seguir. A partir daí fomos uma equipa muito rápida e envolvente, e a entrada do Quaresma permitiu que pelo menos num dos lados a equipa tivesse a capacidade de chegar à linha e cruzar o que levou a preocupações diferentes por parte do adversário. O Gelson também mexeu bem com a equipa nesses aspetos, com o aumento do ritmo e velocidade. Ganhámos 4 a 1 e se olharmos para todo o jogo poderemos dizer que houve um grau de dificuldade elevado, se olharmos só para os 10 ou 15 minutos finais Portugal criou umas cinco/seis oportunidades de golo. Tinha dito que para se ganhar estes jogos seria necessário muita intensidade. Foi uma boa exibição, sem ser uma grande exibição porque ao longo dos 90 minutos tivemos esse senão.

- Quando digo que faltou intensidade quero dizer que faltou velocidade e temos que aproveitar aqueles pequenos momentos em que estas equipas agora jogam contra Portugal - e agora cada vez mais - têm alguns momentos de desequilíbrio. A equipa trabalhou bem, lutou, não houve falta de espírito ou de entrega ao jogo. Mas cada vez mais vai ser necessário Portugal aproveitar todos os momentos em que a equipa adversária se desconjunta para podermos entrar, e é aí que temos que meter mais velocidade, como o fizemos na parte final do jogo.

[Cristiano Ronaldo falhou o terceiro penalty em quatro, nos noventa minutos regulamentares dos jogos]

- Penso que bateu bem... mas não bateu bem porque a bola foi ao poste, mas o guarda-redes foi para o lado contrário, e nesse aspeto esteve bem. Faz parte do futebol, umas vezes acerta outras não, mas nos momentos decisivos marcou.