Todos os elogios são curtos quando se fala de Jackson.

O colombiano é O avançado completo. Soma golos (20) e assistências (cinco), é a referência de todo o ataque portista e não exagero certamente se escrever que é também o seu toque de classe. Posso?

É o seu toque de classe!

O segundo golo ao Gil Vicente, de pontapé de bicicleta, é fantástico. Soberbo.

É mais um daqueles que circulam pelo mundo, ainda mais nos tempos que correm, e trazem os holofotes não só para cima de si, mas também para cima da liga portuguesa.

Aquele segundo golo é mais um grande momento de um atleta talhado para grandes golos e feitos extraordinários, e que certamente continuarão noutra liga depois do defeso.

É hoje a maior jóia da coroa portuguesa, bem secundado por outros nomes como Nani, Gaitán, Salvio, William, Lima e Jonas, não necessariamente ao mesmo nível. O ex-Valencia até poderá acabar com o reconhecimento de melhor jogador da época pelo impacto que teve no Benfica, mas o estatuto do  Cha Cha Cha permanece intocável, pela regularidade, lá bem em cima.

A sensação de perda e vazio que acompanha os seus golos já vem desde o verão, em que se anunciava uma saída que, felizmente, não chegou a confirmar-se.

Recorde-se que a herança não foi fácil. Chegou depois de um fantástico Radamel Falcao e impôs-se naturalmente. Tranquilamente. Pela qualidade.

Numa temporada em que o FC Porto não esteve fantástico e ameaça acabar sem títulos, Jackson foi sempre a luz que guiou a equipa. E os números traduzem isso mesmo: é a sua melhor temporada em Portugal.

Parece inevitável que seja a última. Mas, para já, contentemo-nos com as réplicas de mais um abanão no futebol português. A lembrar-nos que lhe devemos muito.

Enhorabuena, Jackson!

LUÍS MATEUS é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no TWITTER. Além do espaço «Sobe e Desce», é ainda responsável pelas crónicas «Era Capaz de Viver na Bombonera» e «Não crucifiquem mais o Barbosa» e pela rubrica «Anatomia de um Jogo».