Esforço, dedicação, bom futebol e enormes sorrisos, tudo numa só noite em Alvalade, como há muito tempo não se via. Um grande Sporting arrasou com o V. Setúbal num quarto-de-hora e deixa um aviso aos rivais. Há leão!

Benfica e FC Porto saíram do Clássico de mão dada, o Sp. Braga juntou-se-lhes numa roda no topo, mas o leão reclama convite para entrar na dança. Tem a mão esticada, sabe que os adversários não lhe vão oferecer nada, mas a jogar como nesta noite tem, pelo menos, o direito de sonhar. Um reparo, somente, para Rui Patrício.

Seguro contra todo os riscos

Claro, é prematuro falar de glória lá à frente, há muito campeonato e o passado recente aconselha prudência. Mas quem esteve na festa de Alvalade esta noite só pode ansiar por mais. O filme de Vila do Conde repetiu-se: o mesmo onze, Schaars e Wolfswinkel a marcar cedo. O Sporting começava do mesmo modo, mas ia ser muito diferente ao longo da noite.

A entrada de leão teve Carrillo como protagonista. Como uma cobra, arrancou desde o meio-campo, rápido como ninguém em campo, e chutou. Diego defendeu, mas Schaars vinha na passada e encostou para o 1-0. O mote para um início louco estava aí.

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Depois, o tal reparo. Até pode ter razão, João Silva parece cortar a bola com a mão, mas a verdade é que Rui Patrício arriscou demasiado a jogar com os pés, como fez várias mais tarde, e o avançado só não festejou porque Rinaudo veio em socorro do guarda-redes. E para acalmar atrás, Wolfswinkel fazia o 2-0.

Tudo perfeito para quem sabia dos resultados anteriores na liga. Aos sete minutos, o Sporting estava a três pontos do topo. Os resultados recentes geravam, mesmo assim, desconfiança. Até porque Alvalade era uma casa de horrores. O 3-0 pelo holandês da camisola 9 era o seguro contra todos os riscos que o leão metia no jogo.

«Olé, Olé, Olé»

Num quarto-de-hora, o rugido de Alvalade ecoava pelo país. Mas não chegava. Estava sedento o leão, com o sangue da presa a escorrer-lhe pelos dentes. Por isso pressionou, massacrou o Vitória e os 3-0 ao intervalo, mesmo que com bola na trave de Patrício pelo meio, não parecia pouco: era incrivelmente pouco para o que fazia Capel na esquerda, Rinaudo ao meio, Carrillo à esquerda e vamos meter um etc para não meter aqui dez nomes.

E o Vitória? Sim, rematou à baliza, porque o Sporting estava extasiado com o jogo. Mas os sadinos estavam na mão do leão, que fechou o punho e destruiu por completo o branco sadino desta noite, qual folha de papel.

Tão alegre estava Alvalade que se soltavam «olés», tão alegre estava a equipa que falhava uma, duas, três, tantas ocasiões que o resultado pecava por escasso. Dúvidas? Só uma. Quanto ia ser o resultado final. Foi 3-0, podiam ter sido bem mais. Tudo bem, os adeptos divertiram-se e, sobretudo, a equipa também.