Sp. Braga e Rio Ave mediram forças na Pedreira, em jogo a contar para a primeira mão da meia-final da Taça de Portugal, mas não houve audácia para desfazer o nulo no marcador. Os dois conjuntos encaixaram-se taticamente e nem o facto de ter jogado quase todo o segundo tempo em superioridade numérica permitiu ao Braga aproveitar o fator casa.

Em conferência de imprensa de antevisão ao jogo Jorge Paixão garantiu que «este jogo não salva nada», mas a verdade é que os Guerreiros do Minho se apresentaram para este encontro com duas armas secretas: Alan e Santos foram as novidades no onze arsenalista comparativamente com o último encontro.

Último encontro que foi precisamente com o Rio Ave, no Estádio dos Arcos a contar para o campeonato. Nuno Espírito Santo poupou seis jogadores nesse jogo, guardando jogadores influentes da sua equipa para a Taça de Portugal

Muita estratégia para pouco futebol

Para além de estarem em causa os primeiros minutos de uma eliminatória que dá acesso à final do Jamor, e possivelmente também à Liga Europa (facto que até é inédito para o Rio Ave), a rivalidade instituída entre os dois clubes esta época também se fez notar. Foi o quarto jogo entre bracarenses e vilacondenses, sendo que entre polémicas com arbitragem e algumas escaramuças entre intervenientes conferiram mais ingredientes a esta meia-final da taça.

Fruto de todos estes fatores, cada lance foi disputado com enorme virilidade e uma entrega exacerbada. Que o diga o árbitro Carlos Xistra, que no espaço de dois minutos teve que abrir o livro dos cartões amarelos para acalmar o ímpeto de ambas as equipas.

Mesmo ainda havendo noventa minutos para se jogar e para decidir, a verdade é que houve muita estratégia para pouco futebol nos primeiros quarenta e cinco minutos. Os dois emblemas encaixaram-se, não ousaram arriscar em demasia e deixaram o cronómetro avançar em demasia sem que se jogasse perto das balizas.

Sinal mais para o Sp. Braga, que joga em casa e tinha mais bola, mas esbarrava na organização do Rio Ave. Apesar do maior ímpeto ofensivo arsenalista no primeiro tempo, as equipas igualaram-se em lances de perigo. Rusescu e Braga criaram os lances de maior perigo na primeira parte.

Rio Ave organizado mesmo com um a menos

O segundo tempo começou com um duro revés para Nuno Espírito Santo. Depois de entrar bem e de ter rubricado um lance de perigo para o Rio Ave logo nos minutos iniciais, Rúben Ribeiro foi expulso por acumulação de amarelos. Carlos Xistra manteve o critério firme a mandou o vila-condense tomar banho mais cedo.

Naturalmente o Braga cresceu e foi para cima do Rio Ave. Reação a quenta da equipa arsenalista à superioridade. Contudo, já sem Alan em campo que ficou no balneário ao intervalo, a equipa bracarense mostrava pouco critério na sua movimentação ofensiva. O lance de maior perigo foi conseguido num pontapé de canto em que o pequeno Ukra teve tamanho para tirar a bola da baliza em cima da linha de golo.

Tremeu, mas não o suficiente para ruir, o Rio Ave recompôs-se rapidamente e voltou a organizar-se mesmo amputado de uma das suas pedras no tabuleiro. Pedra essa que fez falta na hora de sair em transições rápidas com o evoluir do tempo de jogo. Já para lá dos noventa o Rio Ave ainda teve capacidade para criar o lance de maior perigo do encontro. Pedro Santos quase cometia uma pequena traição ao Sp. Braga enviando a bola ao ferro de Eduardo.

O vento de Vila do Conde e as vicissitudes do Estádio dos Arcos assumem agora contornos decisivos no que à decisão de que marcará presença no Jamor diz respeito. Sp. Braga e Rio Ave terão que fazer forçosamente mais do que aquilo que fizeram esta noite.