A FIGURA: André Silva

A léguas o melhor do FC Porto durante os 120 minutos. Correu quilómetros, fez cerca de uma dezena de remates e trouxe os dragões de regresso ao jogo com dois golos, o último deles uma chilena exímia que levou os portistas ao delírio. Acabou o prolongamento em grandes dificuldades físicas mas mesmo limitado deu que fazer à defesa bracarense. Tem um futuro brilhante à sua frente e, perdoem-nos a presunção, o que fez esta tarde talvez justificasse um lugar nos 23 de Fernando Santos para o Euro.

 

MOMENTO: golo de André Silva aos 90’

Até Helton já andava na área contrária à procura do milagre à entrada para o tempo de compensação. Ele surgiu, sim, mas por quem mais fez para que ele acontecesse: por André Silva, que levou o jogo para o prolongamento com um pontapé de bicicleta tremendo. Já havia portistas a abandonar as bancadas do Jamor.

 

NEGATIVO: defesa do FC Porto

Parte daquilo que foi o FC Porto nesta época, principalmente o da era Peseiro, a partir de janeiro, explica-se nos lances dos golos do Sp. Braga. Outrora o pilar de grandes conquistas, a defesa dos dragões foi o elo mais fraco da equipa nesta temporada. Neste domingo não fugiu à regra. Precipitação, nervos desnecessários, péssimas decisões no processo de saída. Culpas divididas entre Helton, Chidozie e Marcano, que entregaram a Taça aos arsenalistas. É difícil resistir a isto, mas o FC Porto resistiu. Caiu nos penáltis.

 

OUTROS DESTAQUES

Maxi Pereira: já são muitos quilómetros nas pernas, mas o lateral uruguaio não quebra. Revelou muita disponibilidade pelo corredor direito e vontade de empurrar a equipa para a frente. Não brilhou, mas raramente quebra. A regularidade justifica o destaque.

Brahimi: esteve tão ativo quanto inconsequente nos primeiros 45 minutos. Apesar disso, foi dos poucos que tentou remar contra a maré e combater a falta de ideias da equipa de José Peseiro. Cresceu na segunda parte, tal como toda a equipa do FC Porto. Tem grande percentagem do golo de André Silva, ao rematar para uma defesa difícil de Marafona. Na recarga, o avançado dos azuis e brancos só precisou de encostar. Terminou o jogo em grandes dificuldades físicas.

Rúben Neves e André André: o primeiro foi lançado para o início do segundo tempo. Deu a estabilidade que o FC Porto precisava para se instalar (com segurança no meio campo adversário. Tem apenas 19 anos, mas revela uma maturidade acima da média. Importância ainda mais vincada após a entrada de André André aos 75 minutos. Com eles os dois, o meio campo dos azuis e brancos é mesmo outra loiça. É assim tão difícil perceber isso?

Danilo: não fez uma primeira parte brilhante, mas José Peseiro, ao invés dele, José Peseiro preferiu abdicar de Chidozie quando foi buscar Rúben Neves ao banco ao intervalo. Percebe-se porquê. Demonstrou muita estabilidade numa posição que não lhe é totalmente estranha. Hassan, Rui Fonte e, depois, Stojiljkovic praticamente não existiram no segundo tempo. Danilo não é o único responsável por isso, mas também tem o seu mérito.