A FIGURA: Marafona

Saídas corajosas ao pés dos adversários e algumas ações importantíssima que evitaram males maiores. Ainda fez uma grande defesa a remate de Brahimi no lance do primeiro golo do FC Porto mas era impossível exigir-lhe que chegasse a tempo da recarga de André Silva. Não é bonito, mas soube meter gelo quando os arsenalistas atravessavam grandes dificuldades para segurar quer a vantagem quer, depois, o empate. Foi ele o factor de desequilíbrio ao defender dois dos quatro pontapés da marca dos onze metros dos dragões: duas enormes defesas e o Sp. Braga segura o caneco graças às mãos dele.

 

MOMENTO: penálti convertido por Goiano

Há um ano, o Sp. Braga vencia o Sporting por 2-0 e parecia destinado a subir à tribuna para erguer a taça. Este ano, os arsenalistas também chegaram à mesma vantagem. É difícil a história repetir-se e mais difícil é repetir-se num período temporal tão curto. E parecia estar a repetir-se quando André Silva empatou o jogo aos 90 minutos após prolongamento. Se a maioria dos capítulos desta finak são parecidos aos da época passada, o último é diferente. Os bracarenses converteram os quatro pontapés da marca dos onze metros, o último deles por Goiano. Explosão de alegria dos arsenalistas em minoria no Jamor. Lágrimas de alegria, a contrastar com as muitas de tristeza que foram vertidas há um ano.

 

OUTROS DESTAQUES

Josué: Paulo Fonseca desfez na conferência de imprensa todas as dúvidas quanto à titularidade de Josué, garantindo que o médio cedido a meio da época pelo FC Porto ao Sp. Braga ia mesmo a jogo e a titular. Não é um jogador explosivo e também não tem o virtuosismo do companheiro Rafa. Distingue-se acima de tudo pela inteligência tática e pela forma como sabe gerir os tempos de jogo. Inteligentíssimo no cerco a Marcano no lance do segundo golo do Sp. Braga, que é todo dele. Houve um Sp. Braga com ele e outro sem ele. Ou melhor: não houve sem ele.

Luiz Carlos: tem um pulmão enorme. Impressionante como mantém a intensidade mesmo depois de muito minutos nas pernas. Formou uma boa dupla com Mauro, mas foi ele quem mais se evidenciou, mesmo no apoio nas saídas para o ataque. Papel importantíssimo quando os arsenalistas pareciam esgotados fisicamente.

Goiano: começou por ter a missão de marcar Varela. Um, dois, três duelos ganhos e o extremo dos azuis e brancos fugiu para outras paragens. Seguiu-se Brahimi, também sem grande sucesso. Muito sólido a defender, aos 35’ deu o corpo a um remate de Herrera que levava selo de golo.

Hassan: incansável no ataque, baixou várias vezes à zona do meio-campo para reduzir o fosso visível entre o meio-campo e o ataque. Travou lutas interessantes quer com a dupla de centrais dos dragões, quer com Danilo, sendo quase sempre bem sucedido. Foi dele o passe para golo inaugural de Rui Fonte e minutos antes falhou o 1-0 por muito pouco. Menos influente no segundo tempo.

Rafa: é o virtuoso do Sp. Braga, o homem empresta classe a quase todas as ações com bola em campo. Parte da esquerda, mas é pelo centro que cria verdadeiros desequilíbrios. Fortíssimo no um para um, tem uma leitura de jogo muito acima da média. Mais apagado na segunda parte, quando o FC Porto apertava o cerco à área dos arsenalistas, que sentiam muitas dificuldades para sair em ataque organizado.

Ricardo Ferreira: sentido posicional impecável, resolveu quase sempre bem quando foi chamado a intervir. Apenas um erro, aos 51 minutos, quando falhou numa saída do Sp. Braga e permitiu depois que Brahimi servisse André Silva que entrava nas suas costas. Marafona estava atento. Saiu a 15 minutos do fim por lesão.

André Pinto: ao nível do companheiro no eixo defensivo. Muito sólido, foi dos melhores dos arsenalistas quando a pressão do FC Porto chegou a ser sufocante.