A 4 de março de 2012, o V. Guimarães batia o Marítimo (1-0) com Nilson; Alex, Ndiaye, Defendi e Bruno Teles; Nuno Assis, Leonel Olímpio e João Alves; Toscano, Edgar e Urreta.

Exatamente um ano depois, Rui Vitória recebia e batia a Académica (2-0) com Douglas; Kanu, Paulo Oliveira, El Adoua e Luís Rocha; Tiago Rodrigues, Leonel Olímpio e André; Ricardo, Amido Baldé e Soudani.

Um único resistente no onze: Leonel Olímpio. Alex e Ndiaye também continuam no clube, mas os restantes anéis perderam-se. Ficaram os dedos e diamantes por lapidar.

«É um dado importante para as pessoas perceberem a realidade. É preciso tempo. Se daqui a um ano, mantivermos dez jogadores e só perdermos um, ao contrário do que aconteceu agora, podemos ser muito melhores», frisa Rui Vitória.

Chegou a temer pelo futuro do Vitória?

«Temi os fatores externos, em termos de exigência de ganhar para estes jovens. Mas sempre disse que no final faríamos as contas. A instabilidade que se gera numa situação desta é enorme, mas vimos desde logo que havia potencial nestes jovens. Agora, com trabalho acumulado e jogos em cima destes jovens, faremos uma equipa muito boa. Esta foi uma fase de remodelação, com um início de época conturbado e quase tudo o que uma equipa profissional não deve ter.»

No Vitória não se estão a queimar algumas etapas com os jovens?

«Temos de perceber o contexto em que estamos inseridos e conhecer os jogadores que temos à frente, conhecê-los enquanto homens e saber como temos de intervir. Um jogador jovem, quanto tem potencial, precisa é de uma porta aberta. Normalmente, quando assim é, reage bem. Mas não tenho de ter um tratamento especial com os jovens. Se não lhes digo nada, é porque estão bem. O Messi, quando se estreou-se no Dragão, não era o que é hoje. O Moutinho também não. Agora, os jovens do Vitória estão numa situação privilegiada, entram para um ambiente de Liga, e alguns deles podem estar num patamar muito alto dentro de uns anos.»

O raio-x de Ricardo, Tiago Rodrigues e Paulo Oliveira

O Maisfutebol lança o desafio e Rui Vitória aceita. Avaliar os pontos fortes e fracos de três diamantes da formação. O treinador ouve os nomes e vaticina: «Prevejo um futuro risonho para os três»

Ricardo

«Tem um potencial enorme, uma capacidade de aprendizagem muito grande, uma convição naquilo que faz muito grande e reage muito bem aos desafios. Acho que tem de ser um pouco mais interventivo, expressivo, ativo. Por exemplo, se a bola não vai ter com ele, ele pode ir buscá-la. Mas nestas idades, os jogadores querem só fazer o que o treinador diz. Com o tempo, soltam-se mais.»

Tiago Rodrigues

«O Tiago também tem um potencial enorme e precisa também de ser mais expressivo. Tem os pré-requisitos para ser um jogador com futuro naquela posição, mas precisa de ser mais egocêntrico, naquela lógica do «dá cá a bola que eu percebo disto». Isso vem com o tempo. Para já, pensa em cumprir e esse será o próximo passo. O passe, a finta, o remate, são tudo coisas que já são boas nele e vão melhorar com o tempo.»

Paulo Oliveira

«Não vejo muitos jogadores do futebol português com a eficácia defensiva que ele tem, a concentração, a maturidade e o equilíbrio emocional. Joga em qualquer ambiente com naturalidade. Sabe muito bem as suas limitações e aquilo que tem de bom. Precisa de ser um pouco mais «assassino», de se impor, para os avançados saberem que ali atrás está o Paulo. Às vezes impor-se é deixar cair um cotovelo, dar por trás a um jogador, um central tem de ser assim. Falta essa agressividade pontual.»