A FIGURA: João Mário, um «matador» inesperado

É um jogador tremendo! Transpira classe, qualidade e inteligência. Tudo o que faz, faz bem e hoje acrescentou golos ao seu habitual rendimento. É mais um jogador de criação, de organização, mas frente ao Arouca foi também um «matador», com dois golos de belo efeito. É determinante neste Sporting e provou mais uma vez ser jogador para palcos ainda maiores. É um prazer ver o internacional português em campo.

O MOMENTO: Canto para o Arouca… 2-0 para o Sporting

O Sporting tinha acabado de abrir a contagem, mas o Arouca não se ficou e respondeu. Walter isolou-se e perdoou na cara de Patrício. Seguiu-se o canto que de ataque perigoso para o Arouca, deu no segundo golo dos leões. Bruno César lançou Téo na esquerda e o colombiano correu desde o seu meio-campo com a bola, fez uma diagonal para dentro e entregou em João Mário, que atirou a contar.

LEIA A CRÓNICA DO SPORTING-AROUCA, 5-1

NEGATIVO: o Arouca sofreu num pontapé de canto e logo a seguir veio a fotocópia. Inadmissível!

Os pontapés de canto são lances que se preparam durante a semana e a equipa de Lito Vidigal deve tê-lo feito, só que se calhar fez as coisas mal. Com o jogo equilibrado sofre um golo na sequência de um lance deste género, com Téo a surgir sozinho ao segundo poste. Ok, acontece! Só que minutos depois o Arouca sofre novo golo de canto, uma fotocópia do anterior. Inadmissível a este nível.

Outros destaques:

Bruno César
Adaptado a lateral, o brasileiro fez uma excelente partida. Esteve nos dois primeiros golos ao bater o canto que deu o primeiro motivo de festa em Alvalade e lançou Téo no segundo golo. Foi um dos melhores em campo, sendo importantíssimo no processo ofensivo, ocupando toda a faixa, já que Bryan Ruiz andou quase sempre em território central. Defensivamente foi eficaz e nunca se meteu em problemas. Será que com esta exibição mantem a posição? A jogar assim não deve nada a Zeegelaar e Jefferson.

Téo Gutierréz
Voltou aos golos o colombiano e logo na primeira vez que surgiu no jogo. Como uma sombra encostou-se a Bracali na sequência de um pontapé de canto e iludiu a marcação. Coates cabeceou e ele desviou ao segundo poste para as redes arouquenses. Na segunda aparição assistiu João Mário para o 2-0. Ainda antes do intervalo iria bisar num lance que foi fotocópia do primeiro golo. Sem dar nas vistas, sem brilhantismo, desequilibrou a partida e ajudou o Sporting a vencer tranquilamente este jogo. É uma espécie de sombra no ataque leonino e o Arouca não o soube marcar. O colombiano justificou a aposta de Jorge Jesus em si.

Adrien Silva
Incansável! Carrega a equipa da defesa para o ataque com uma intensidade tremenda e quebra sempre as linhas do adversário. Reflexo disso é o terceiro golo, no qual assistiu João Mário depois de deixar todos para trás. Mais um grande jogo e a prova que o meio-campo do Sporting sem ele não é a mesma coisa.

Bryan Ruiz
Foi o primeiro a ameaçar por parte dos leões com uma cabeçada e uma tentativa de chapéu a Bracali. Depois foi sempre importante com as suas diagonais para o centro, confundindo o miolo do Arouca. Não esteve tão brilhante como noutros jogos, mas a sua classe e inteligência não lhe permitem fazer um jogo mau. Marcou o quinto golo, naquilo que pode ser considerado um penálti em movimento. Na zona de grande penalidade recebeu um passe de Slimani e colocou no canto inferior direito do guardião. Bracali nem se mexeu!

Rui Patrício
O Sporting ganhou facilmente este jogo, mas convém recordar que no início o Arouca ainda ameaçou e aí o internacional português foi determinante. Com o marcador em 1-0 evitou o empate ao negar o golo a Walter. O Sporting marcou no minuto seguinte e por isso a defesa ganha mais relevância. No segundo tempo faz três defesas importantes, apesar do marcador ser volumoso. Os grandes guarda-redes são assim: agarram as equipas nestes momentos.

Schelotto
Excelente partida do lateral direito. Impressionante a sua forma física. 90 minutos de grande intensidade a fazer «piscinas» pelo lado direito. Muitos cruzamentos, muitos lances de perigo a sair dos seus pés e a ser o lateral que João Mário precisa para poder ocupar terrenos mais centrais. Defensivamente, apesar do seu posicionamento não ser o melhor (muito espaço entre si e Coates), corrigiu tudo em velocidade e resolveu todos os lances.   

Nuno Valente
Foi um dos que mais contribui para o bom início do Arouca, sendo o médio que surgia praticamente ao lado do avançado Walter, confundido a marcação à defensiva leonina. Criou e fez jogar o Arouca, mas a partir do 2-0 desapareceu. No segundo tempo voltou ao seu futebol e ligou o ataque e a defesa do Arouca, que voltou a ser uma equipa capaz de ameaçar Patrício.

Lucas Lima
O Arouca entrou bem na partida e ameaçou a defensiva leonina, muito por culpa da acutilância ofensiva deste lateral. Criou o primeiro lance de perigo ao entrar na área e cruzar para trás, na tentativa de servir Walter. Coates de carrinho evitou o pior. Este foi só um exemplo, já que nos primeiros minutos continuou a subir pelo flanco, bem ajudado por Ivo Rodrigues. Com os golos sofridos deixou de subir tanto, já que a equipa também se encolheu. No segundo tempo lá voltou a aparecer. Primeiro rematou para defesa de Patrício e depois assistiu Gegé para o golo, com um excelente cruzamento.