Joseph Blatter, presidente da FIFA, voltou a dirigir duras criticas à organização brasileira do Mundial-2014, particularmente em relação aos atrasos nas obras de infraestrutura, e chegou ao ponto de referir que chegou a hora do país «trabalhar mais e falar menos».

Além das criticas, o presidente da FIFA reforçou a confiança no seu secretário-geral, Jérôme Valke, que tem feito a ligação entre a organização brasileira e a FIFA, numa relação difícil depois do dirigente francês ter dito que era preciso «um pontapé no rabo» para que as obras ficassem concluídas a tempo.

A relação entre as duas entidades degradou-se ainda mais depois da Câmara dos Deputados ter aprovado a lei da Copa, que determina as diretrizes para o Campeonato do Mundo, numa versão que, de acordo com a imprensa brasileira, terá desagradado à FIFA. O texto foi aprovado na quarta-feira sem que fosse votada a autorização da venda de bebidas alcoólicas nos estádios. A negociação terá de ser feita com os estados que têm leis a proibir este comércio.

Numa entrevista ao jornal «Folha de São Paulo», o vice-presidente da FIFA, Julio Grondona, deixou claro que o texto não foi aprovado com todos os pontos acordados com a FIFA. «Foi o Brasil que pediu a Copa. [Os deputados] não sabem o que têm na mão?», perguntou o dirigente argentino. O novo representante brasileiro no Comité Executivo da FIFA, Marco Polo Del Nero, também dirigiu criticas ao atraso na aprovação da referida lei. «Podiam ter resolvido logo. É mais um problema», atirou.