Dois temas neste desce...

Primeiro, a violência. E colocar a violência num desce é obviamente um understatement.

Afirmar que algo negativo é… negativo não pode ser mais redundante, mas não deixa de ser importante sublinhar a escalada de acontecimentos, que tiveram vários episódios este fim de semana.

O atentado ao Fenerbahçe e o apedrejamento ao autocarro do Paris Saint-Germain em Marselha fazem ainda ligação com os incidentes recentes de Montenegro e a tocha atirada a Akinfeev e são mais sintomas de um fenómeno está a escalar por toda a Europa. Se recuarmos mais umas semanas ainda temos as invasões de campo na Grécia, com Vítor Pereira metido ao barulho, os confrontos entre apoiantes de Feyenoord e Roma na Liga Europa e vários problemas esporádicos no Reino Unido, em Espanha e França.

Não se pode dissociar o crescimento do número de incidentes da crise que já leva vários anos a empobrecer as famílias e a criar focos de conflito, transportados depois, direta ou indiretamente, para a periferia ou mesmo para dentro dos estádios.

​É obviamente preocupante, e urge maior atenção de quem organiza as várias provas nacionais e continentais.

Depois, a derrota do FC Porto na Madeira.

Não faria sentido, igualmente, deixar de destacar a eliminação dos dragões da Taça da Liga, aconteça o que acontecer nesta segunda-feira, no campeonato, com o Estoril.

Se Lopetegui ganhasse apenas a Taça da Liga não salvaria a época, e é preciso sublinhar desde já esta ideia.
No entanto, desperdiçar a oportunidade de estar numa final e poder ganhá-la não deixa de ser um ponto negativo numa temporada que já deixou a equipa de Lopetegui sem a Taça de Portugal num clássico com o Sporting disputado no Dragão.

E, já agora, com um confronto agendado com o maior favorito a vencer a Liga dos Campeões.

Na Madeira, o FC Porto destapou fragilidades, que não estão apenas ligadas à rotatividade que Lopetegui mais uma vez fez vir à tona. Voltou a não conseguir gerir uma vantagem, como Evandro tão bem chamou à atenção após o apito final. Não teve o controlo do jogo. 

Tal como acontecera no campeonato com o Nacional, os dragões, ao contrário de mostrar poderio num momento crucial da temporada, revelaram lacunas que não só os nivelam com o rival que perseguem, mas também abrem a porta a eventuais faltas de respeito por parte dos outros, os que até aqui os poderiam ver como inatingíveis no que falta de Liga.

A derrota expõe os portistas, tal como o Benfica ficou exposto depois de Paços de Ferreira e Vila do Conde, e a poucos dias de um clássico que entregará a quem vencer (e só se alguém vencer) a maior fatia do título.

Lopetegui diz que não, mas voltou a estar mal depois do encontro. Mas, sobre isso,  já disse quase tudo.

Luís Mateus é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no  TWITTER.