A expressão mais utilizada por estes dias foi de ressaca europeia. Benfica e FC Porto vinham de derrotas fora de Portugal, em Itália e Inglaterra (respetivamente), o Sporting festejava um triunfo seguro perante o Legia de Varsóvia. Isso traduziu-se em quê? Goleadas para águias e dragões, perda histórica de vantagem para os leões.
15/20 minutos separaram Sporting de Benfica e FC Porto. Aliás, aumentaram a distância da equipa leonina para o topo da Liga e permitiram a captura por parte dos homens de azuis e brancos.
Ao minuto 73 dos jogos disputados pelos grandes o cenário era idêntico: V. Guimarães-Sporting, 0-3; Benfica-Feirense, 3-0; Nacional-FC Porto, 0-4. Todos caminhavam para resultados folgados.
Nesse período final escreveu-se uma história incrível em Guimarães. Daquelas que ficarão gravadas na memória coletiva, daqueles que levantaram de imediato a interrogação: alguma vez aconteceu isto?
Grande mérito para o V. Guimarães de Pedro Martins, levado pela potência física de Moussa Marega e pela esperteza de Tiquinho Soares, num golo polémico que valeu o empate. De 0-3 a 3-3. De passeio a pesadelo. Um filme, disse Jesus. De terror, acrescentou Octávio Machado, na sala de imprensa.
MOMENTO DA JORNADA: o 3-3 em Guimarães
Ora o Benfica, que ainda chegou ao quarto golo num livre exemplarmente cobrado por Grimaldo (4-0), chega assim a esta pausa na competição com uma vantagem de três pontos sobre os mais diretos adversários.
Com Ederson e Luisão, entre outras mudanças, o campeão nacional nem teve de forçar. O Feirense deu tiros nos pés e abriu caminho para o triunfo incontestável.
FRASE DA JORNADA: quanto vale a liderança?
Na véspera, Diogo Jota tinha sido a grande novidade no onze do FC Porto e retribuíra com um empolgante hat-trick, formando dupla interessante com André Silva, autor do último golo. A melhor exibição da temporada para os dragões perante um desfalcado Nacional.
Manuel Machado acabou o jogo a contestar a lógica dos empréstimos, já que se viu privado de três elementos cedidos pelo clube portista. Falou de Óliver e Jota, emprestados pelo At. Madrid, mas não se Tobias, César ou Ricardo Gomes, cedidos por outros clubes da Liga à formação madeirense.
O campeonato entra num longo período de pausa com os três do costume no pódio. O Sp. Braga tinha a possibilidade de ficar a par de Sporting e FC Porto na vice-liderança mas não foi além de um ponto em Arouca (1-1), onde se foge do fundo com recurso a empates.
Na quinta posição surge um sensacional Desportivo de Chaves, graças a uma reviravolta caseira frente ao Belenenses (3-1). Jorge Simão saiu de Paços de Ferreira e fez-se à estrada para provar que o ditado continua a fazer sentido: para lá do Marão mandam os que lá estão.
Para a jornada com mais golos desta Liga 2016/17 (29) contribuíram ainda os homens que pisaram os relvados de Rio Ave e Tondela. Para a equipa de Petit foi a primeira vitória da época, frente ao Paços (2-1), deixando o Moreirense no fundo da tabela.
O Estoril foi a Vila do Conde provocar a segunda derrota consecutiva do Rio Ave (1-2), que não capitalizou a boa série concluída com o triunfo frente ao Sporting. Está em queda na classificação.
O Boavista logrou vencer o Moreirense por dois golos sem resposta (2-0), num duelo aos quadradinhos, enquanto Daniel Ramos continua a provar que sobrava espaço para melhoria significativa do Marítimo. Neste domingo, o segundo triunfo sob o comando do sucessor de PC Gusmão. Novo golo do reabilitado Dyego Sousa, garantindo vitória em Setúbal, frente à equipa local (0-1).
