Leça e União de Lamas correm o sério risco de não virem a integrar a próxima edição da II Liga. Estes dois clubes garantiram a permanência na época transacta, mas fora das quatro linhas, as coisas estão bem piores. Depois da exclusão administrativa do Campomaiorense -- e com o Felgueiras a inscrever-se no último dia do prazo e sem ter ainda a certeza de que a sua candidatura será aceite -- o Espinho e mesmo a Oliveirense, penúltimo e último classificados da época passada, têm ainda mais duas esperanças de serem repescados.

O clube leceiro, há anos a viver com a corda na garganta, terá chegado ao ponto limite. Não há direcção, depois da demissão de Manuel Rodrigues, e a Comissão Administrativa que gere os destinos do clube não encontra solução financeira para os problemas existentes.

Também o Lamas não sabe ainda como vai entrar na segunda divisão profissional. Não há direcção eleita e Alfredo Amorim, presidente da Assembleia Geral do clube, está a tentar um último esforço para encontrar uma solução, depois de mais uma reunião fracassada. Para esta noite de quarta-feira, há mais um encontro marcado entre responsáveis de Santa Maria de Lamas, no sentido de terminar o impasse.

Uma divisão em risco de insolvabilidade

A II Liga corre o risco de se tornar numa divisão insolúvel. Quase todos os clubes se queixam de não haver receitas suficientes para cobrir os custos que este escalão comporta e os casos-limite multiplicam-se. O Campomaiorense deu o mote, desistindo de formar uma equipa profissional. O Felgueiras esteve a um passo de desperdiçar a oportunidade de permanecer, só reunindo garantias de apoio à última da hora. Por todos os clubes, há queixas de falta de financiamento. A II Liga não tem receitas de transmissões televisivas (há quem defenda uma afectação do bolo da I Liga para os clubes da II Liga) e verbas como quotização dos sócios e receitas de bilheteira são manifestamente insuficientes para os custos dos clubes em contratos com os jogadores e treinadores.

Há uma ideia praticamente generalizada de que ou os salários dos jogadores baixam, ou haverá mesmo equipas que... vão acabar. «Vão ser os próprios atletas os primeiros a querer diminuir o valor dos contratos, sob pena de poderem perder os empregos», explicou-nos um dirigente de um dos clubes que está em risco de ser despromovido.

Especialmente atento está o Espinho: basta que um destes dois clubes, Leça ou Lamas, falhe as suas garantias e confirmar-se-á a permanência do... penúltimo classificado da época passada.

Leia ainda:

Arquivo: