O Leça poderá estar prestes a abdicar da participação no campeonato da II Liga. A situação do clube é «dramática», uma expressão utilizada por um dos elemento que, neste momento, tenta a todo o custo salvar a colectividade leceira da extinção.
Clube com mais de 90 anos de história, o Leça vive o seu pior momento de sempre. Poucos anos depois de ter participado na então I Divisão, e do brilharete de, contra todas as previsões, ter sido campeão nacional da Divisão de Honra, os leceiros conhecem, agora, o outro lado da Lua.
A falta de apoios consistentes foi-se agravando ao longo dos anos -- e, com ela - cresceram também as dívidas. Neste momento, elas situam-se a todos os níveis: Fisco, Segurança Social e salários. Há já algumas épocas que o clube vinha caindo, a meio de cada época, num acumular de ordenados em atraso. No campeonato transacto, eles chegaram a quase meio ano.
Franco é o único jogador do «plantel»...
Com o final da temporada, quase todos os jogadores que compunham o plantel abandonaram o barco. Só quatro ficaram. Dois deles -- Pedro Cervantes e Sardinha - rescindiram, pouco depois, os contratos de forma amigável. Charly saiu alegando justa causa, devido a ordenados em atraso, pelo que, neste momento, o Leça tem... um jogador! O sobrevivente é o defesa-central Franco, que apesar de ter contrato para a época prestes a começar, também não está a receber tudo a que tem direito.
Mas há mais. O Leça é devedor de mais cinco milhões de euros (cerca de um milhão de contos), sendo que três milhões de euros são referentes a verbas que o ex-presidente, Manuel Rodrigues, se diz credor. Por isso, mesmo que surja alguém disposto a tomar conta do clube e pôr as contas em dia, terá, primeiro, que pagar dívidas diversas.
É perante este quadro -- com um só jogador, sem direcção e sem equipa técnica (Fernando Festas, o treinador, não renovou ainda o seu vínculo e disse, recentemente, que só continuaria se Manuel Rodrigues regressasse) - que o Leça tem que tentar dar a volta por cima.
Fonte do clube disse ao Maisfutebol que «os apoios da Câmara de Matosinhos têm sido manifestamente insuficientes, para mais agora com o Leixões a disputar a Taça UEFA». O tempo vai passando e a situação parece prolongar-se. O clube tem poucos dias para adiar mais a questão, sob pena de ficar mesmo de fora das competições profissionais.
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