Na época passada, o Manchester City conseguiu pela primeira vez passar da fase de grupos para os oitavos de final da Liga dos Campeões. Passou em segundo lugar, mas estreou-se a passar. Encontrou o Barcelona nos «oitavos» e acabou eliminado.

A primeira parte desta história cumpriu-se de novo nesta temporada. A segunda começa a desenrolar-se nesta terça-feira quando City e Barça voltarem a medir forças na segunda semana de jogos dos oitavos de final da Champions.

Jogos dos oitavos de final da Liga dos Campeões

Desde a chegada ao clube dos «ricos» da Europa que o City já se tinha mostrado duas vezes – a segunda destas como campeão inglês, inclusive – na Liga dos Campeões. Mas em ambas ficou pelos grupos mostrando que a maioridade recuperada em Inglaterra ainda não tinha correspondência continental.

Passar os grupos é essencial para passar do clube dos «ricos» para o clube dos «poderosos», mas não chega. É preciso passar rondas a eliminar para ir ganhando o estatuto – como o PSG já o conseguiu (nos quartos de final das duas anteriores edições da Champions). Falta essa parte ao Manchester City para ser «maior» na Europa dos grandes. Coube-lhe em sorte repetir a prova com o mesmo do ano passado.



Na única vez que os dois clubes se encontraram em provas europeias, o Barcelona acabou mesmo por vencer os dois jogos – na ordem inversa deste ano: os catalães começaram por ganhar em casa e foram depois vencer a Inglaterra. Esta terça-feira, é o Manchester o anfitrião e Manuel Pellegrini já afirmou mesmo que não se importaria se houvesse um empate se a sua equipa não sofresse golos.

Luis Enrique decidiu ir pela colocação das duas equipas ao mesmo nível nos pratos da balança. O que é um facto é que, nestas andanças europeias, o «traquejo» do Barcelona e do City têm (muito) pouco a ver. Se o embate favorável ao Barça do ano passado foi a estreia da equipa inglesa nesta fase, o clube espanhol tinha atingido então a décima presença seguida nos «oitavos» (e uma taxa de sucesso de oito eliminatórias – sete delas foram as últimas...).

É na equipa da casa que vai verificar-se a maior ausência do jogo marcado para o City of Manchester. Yaya Touré está castigado e Pellegrini também não pode contar com James Millner devido a lesão. Já no Barcelona, as lesões de Douglas e Vermaelen não se «intrometem» com os habituais titulares.

Mas Pellegrini já afirmou que conta com um Agüero ao mais alto nível (o herói da fase de grupos), quando o Manchester City surge motivado pelos 5-0 ao Newcastle do último fim de semana (segunda vitória seguida depois de dois empates e duas derrotas). O Barcelona chega a Inglaterra na ressaca da derrota caseira para liga espanhola, que pôs fim a uma série de 11 triunfos seguidos.

Duelo de campeões de outros tempos

Em Turim, Juventus e Borussia Dortmund reeditam um embate que já aconteceu quatros vezes nas competições da UEFA e que, em metade, respeitou a finais. Em 1993, a equipa italiana conquistou a Taça UEFA; em 1997, o clube alemão onde estava Paulo Sousa ganhou a Liga dos Campeões. Mas, o confronto desta época tem contornos um pouco diferentes...

A Juve mantém a sua velocidade de cruzeiro em Itália, mas continua fora da primeira linha europeia que antes ocupava; como ficou evidente pela diferença de «andamentos» em relação ao At. Madrid na fase de grupos.

Já o Dortmund tem uma bipolaridade inversa: esteve em grande nível na Liga dos Campeões, como Arsenal o sentiu, mas tem feito uma Bundesliga «sofrível», onde esteve muito tempo em lugar de despromoção tendo mesmo estado duas jornadas consecutivas no último lugar. Mas a paragem de inverno trouxe novo ânimo à equipa de Jürgen Klopp.

Um ânimo que o treinador alemão não quer ver arrefecido, pois já avisou que vai enfrentar um adversário que gosta de jogar a «baixa velocidade». Massimo Allegri teve um discurso a fazer lembrar o de Pellegrini e, apelando à «paciência» italiana, afirmou que «o principal é não sofrer golos».

Visitar o novo Estádio da Juventus não é tarefa fácil, pois a equipa italiana só perdeu um dos 15 jogos disputados nesta sua casa desde abril de 2013. É um desafio à altura deste Dortmund – nos «oitavos» da Champions pela terceira época consecutiva – que, nos últimos sete jogos fora de casa para a prova, ganhou cinco. No jogar dos números, a Juve não perde há 21 jogos; os alemães vão a Turim á procura da quarta vitória seguida.

Na contabilidade das lesões, a divisão é mais ou menos equilibrada. Asamoah desfalca a equipa italiana. Grosskreutz é baixa certa no Dortmund. Entre os jogadores que estão ainda em dúvida para a primeira mão desta terça-feira, está também três para três: Barzagli, Marrone e Maltri para a Juventus; Bender, Kampl e Kehl na equipa germânica.