Minuto 93, livre perigoso à entrada da área e Talisca prepara-se para cobrar… Na época passada, um lance deste tipo colocava a Luz em polvorosa.

Esta noite, a «Catedral» ficou em silêncio e temeu o pior quando viu o «camisola 94» do Besiktas, emprestado aos turcos neste defeso, avançar para a bola… Os receios de um tinham toda a razão de ser. Talisca não só gelou o estádio que já havia incendiado muitas outras vezes. O baiano foi um verdadeiro furacão, provocou um vendaval com num golo no penúltimo minuto de jogo que de rajada levou a vitória, dois pontos e um milhão de euros de prémio à equipa de Rui Vitória, comprometendo o arranque no Grupo F da Liga dos Campeões.

Curiosamente, o último golo do Benfica na Liga dos Campeões da época anterior foi precisamente apontado de livre por Talisca, na Luz, fazendo o 2-2 para o Benfica na segunda mão dos quartos-de-final diante do Bayern de Munique.

Desta vez, o médio brasileiro de 22 anos fez golo na baliza contrária e não se coibiu de festejar efusivamente… Foi uma espécie de suprema ironia, daquelas que fazem a história do futebol. Um momento de vingança, apesar da negação no discurso, que se completaria já na flash interview com declarações contundentes do jogador.

«Não foi vingança… Foi sentimento de orgulho próprio. Várias pessoas do clube vieram criticar-me, a dizer que que eu sai por dinheiro. É tudo mentira. Nem eu sei porque sai do Benfica. Era um recado que eu queria deixar para o presidente e também para o vice-presidente que falou também de mim. Rui Gomes (da Silva), não é? O Benfica teve uma grande falta de respeito por mim. A minha filha com seis dias de nascimento e o Benfica pagou salário de todos os jogadores menos o meu…», disparou Taliscam que aquando da sua despedida, há cerca de três semanas, já havia sido polémico ao afirmar que foi o Benfica que quis a sua saída para a Turquia.

Facto é que no momento decisivo jogo desta noite, Talisca que foi pontualmente herói em duas épocas no Benfica, marcando 20 golos em 78 jogos, passou a vilão no clube com quem tem contrato até 2019: pelo golo, pelos festejos e sobretudo pelas declarações no final.

Com o empate ao cair do pano o Benfica vê escapar-se na liderança do Grupo B o Nápoles, que graças a um bis do reforço Milik garantiu em Kiev a reviravolta e uma importante vitória por 2-1 sobre o Dínamo, onde o português de Antunes jogou de início.

Partida, largada... E (re)começa a corrida entre Messi e Cristiano

No entanto, o arranque desta fase de grupos da edição 2016/17 Liga dos Campeões acabou por ficar marcado por mais uma noite histórica para o Barcelona e principalmente para Lionel Messi.

O campeão espanhol, com André Gomes a jogar os 90 minutos, estreou-se no Grupo C com uma retumbante goleada por 7-0 sobre o Celtic de Glasgow e o astro argentino bateu mais um recorde.

Messi fez três golos na goleada do Barça no único jogo do Grupo C, já que o Manchester City-Borussia M’gladbach foi adiado devido ao mau tempo, e tornou-se o primeiro jogador em toda a história da Taça/Liga dos Campeões a fazer seis hat-tricks, ultrapassando Cristiano Ronaldo e os também madridistas Puskas e Di Stéfano.

O argentino aumentou o seu registo de longevidade a marcar na competição, 12 épocas seguidas, ficando apenas atrás de históricos como Ryan Giggs (16 temporadas) e Raúl (15 temporadas). Além disso, ao fazer o 86.º golo em 107 jogos na «Liga Milionária», Messi subiu a sua média de golos por jogo para 0,8, sendo o melhor jogador em atividade e em termos de registo histórico ficando entre os maiores goleadores da «Champions» apenas atrás de Gerd Müller (1 golo por jogo), Puskas (0,88) e Di Stéfano (0,84). À sua frente em termos absolutos na lista de maiores goleadores está Cristiano Ronaldo, com 93 golos, mas uma média mais baixa (0,73 golos por jogo).

Na luta entre melhores do mundo, o tiro de partida nesta edição da Liga dos Campeões já foi dado por Messi. Cabe agora ao Sporting tentar travar nesta quarta-feira a previsível reação de Cristiano Ronaldo, o único jogador luso que já marcou à antiga equipa portuguesa na Liga dos Campeões.

Esta noite também o Bayern de Munique goleou o Rostov, por 5-0, com Renato Sanches a jogar os últimos 20 minutos de um jogo em que Joshua Kimmich merece destaque, porque bisou, mas também pela incrível sequência que tem protagonizado nos últimos jogos, depois de no último fim-de-semana se ter estreado a marcar pela equipa bávara, ao 25.º jogo, e de na semana passada ter feito o mesmo pela seleção alemã ao cabo de sete internacionalizações. No outro jogo do Grupo D, o Atlético de Madrid, com Gaitán de início e Tiago a jogar a meia-hora final, foi vencer o PSV por 1-0 a Eindhoven.

Enquanto no Grupo A, o Basileia empatou em casa com o Ludogorets a uma bola, o mesmo resultado que se registou na receção do PSG ao Arsenal, com a curiosidade de os parisienses terem marcado logo aos 42 segundos de jogo por Cavani, num golo que fez da equipa francesa a primeira a marcar na jornada inaugural da Liga dos Campeões, tal como havia feito na edição anterior, dessa vez por Di María ao Malmö.