A FIGURA: André Silva

O jovem portista tem tudo para ser «o» ponta-de-lança do futebol português por muitos e bons anos: classe no domínio de bola, movimentações inteligentes, bom remate… Peseiro faz bem em dar-lhe minutos nesta reta final da temporada. A cada jogo ficava a ideia de que estaria muito perto de uma afirmação plena entre os graúdos. Faltava-lhe apenas um pouco de confiança para o conseguir. E para isso era preciso golos. Hoje, foi o dia… Em cima do final da partida, André Silva, que se fartou de tentar, isolou-se, contornou Mika e rematou para o quarto golo portista, que selou a goleada no dérbi. Um dos golos mais celebrados dos últimos tempos no Dragão. Antes disso, o jovem prodígio já havia feito uma assistência primorosa para o golo de Layún. Grande exibição! Pode ter começado aqui uma história bem feliz para o FC Porto e para o futebol português.

O MOMENTO: Minuto 11’. Golo madrugador para decidir o dérbi matutino

Faz sentido que um dérbi matutino comece a ser decido com um golo madrugador. Logo aos 11 minutos Danilo acordou o Dragão com um remate pleno de oportunidade. O médio-defensivo estava solto na área, no local certo para aproveitar um ressalto numa bola que sobrou entre Idriss e Marcano, após cruzamento de Corona. Estava a dormir na forma a defesa axadrezada.

OUTROS DESTAQUES:

Danilo

A sua exibição na derradeira jornada da Liga é a síntese perfeita de uma época em que no plano individual esteve quase sempre em grande nível, ao contrário do que aconteceu com o coletivo azul e branco. Danilo é uma das figuras do jogo, tal como é um dos raros destaques verdadeiramente positivos da época portista. Desarma e sai a jogar como poucos. Progride com classe, passa com critério e remata com certeza. No fundo, desde lá de trás é ele que organiza e comanda o meio-campo portista. E de vez em quando ainda marca, como hoje, ao aparecer na área para abrir o marcador. Tudo isto em apenas 45 minutos. Apresentou queixas musculares e Peseiro quis certamente poupá-lo para a final da Taça de Portugal. O brilho de Danilo é o contraponto à apagada época portista. Tem tudo para ser o dono do meio-campo defensivo da seleção nacional no Europeu.

Layún

Seria injusto destacar apenas Danilo neste jogo em particular e em toda a época portista. O lateral mexicano também teve direito à sua pequena consagração na despedida desta época do Dragão. Apesar das preocupações defensivas, Layún esteve, como sempre, muito esclarecido no apoio ao ataque e voltou a marcar. E que golo! Um remate cruzado colocadíssimo à entrada da área que ajudou a resolver a partida.

Renato Santos e Mesquita

Foi sobretudo pela ala direita do seu ataque que o Boavista criou problemas à defesa do FC Porto. Mesquita e Renato Santos entendem-se na perfeição e numa das suas combinações quase fizeram o empate, aos 29 minutos: assistência em vólei de Renato Santos para Mesquita entrar na área e atirar cruzado, com Casillas a defender por instinto. Foi a melhor oportunidade dos axadrezados em todo o jogo.