Eu não sou cronista, mas tenho um espaço de opinião e gosto de aproveitá-lo para fazer profecias, se me apetecer. Assim de repente lembro-me de aqui há uns tempos previ que Scolari não durava no Chelsea até ao Natal.
Ora como se sabe o Chelsea segue em primeiro na liga inglesa. Scolari está de boa saúde. Os adeptos gostam dele e os dirigentes gostam dele. Enfim, sinto que estou no caminho certo.
Por isso aqui vai outra. Deixem-me só tomar balanço... agora sim: prevejo que o estado de graça do futebol português vai terminar com a Bola de Ouro de Ronaldo.
O que, se reparar bem, inclui duas profecias: Ronaldo vai ser Bola de Ouro e o estado de graça do futebol português vai terminar. Sinto-me imparável. Mas passo a explicar. Em dois pontos, como todas as explicações devem ser dadas.
Explicação dogmática. O estado de graça começou em 2001. Com a Bola de Ouro de Figo. Na ressaca de um Euro brilhante. Seguiu-se o F.C. Porto vencedor da Taça UEFA, campeão europeu e mundial. Mais Portugal finalista do Euro 2004 e semifinalista do Mundial 2006.
Em 2008 completam-se portanto sete anos desde o início deste ciclo. Está na Bíblia que os ciclos produtivos duram sete anos. Não sou eu que o digo, é o livro do Génesis. Sete anos de grande abundância. Sete anos de grande miséria.
Explicação empírica: Os clubes portugueses não têm resultados que se vejam na Europa. Passam da primeira fase da Champions com esforço, mas não vão além dos oitavos-de-final. Na UEFA já não atingem as meias-finais desde 2005.
A selecção não ganha à Albânia. Perde com a Dinamarca e leva seis do Brasil. O seleccionador ameaça fazer uma limpeza de balneário e Ronaldo é cada vez mais questionado. A solução que se discute é naturalizar brasileiros.
Em suma leitor, para mim o futuro do futebol português está outra vez nas mãos de Scolari. Acredito que ele vai continuar a mostrar-me que não acerto uma profecia.
«Box-to-box» é um espaço de opinião da autoria de Sérgio Pereira, jornalista do Maisfutebol, que escreve aqui todas as segundas e quintas-feiras
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