Pedro Mendes cresce na Serie A de Itália. O antigo central de Real Massamá e Sporting veste a camisola do Parma e, com 23 anos, enfrenta «alguns dos melhores avançados do mundo». Carlos Tévez, por exemplo.

A 2 de novembro, Roberto Donadoni (sim, esse) apostou no defesa português frente à Juventus. Foi o quarto jogo de Pedro Mendes desde o início da temporada. Visto como um talento para potenciar, tem sido trabalhado com ponderação.

«Até ao momento é um balanço positivo, fiz quatro jogos e penso que estive bem. Os colegas dizem-me que ainda sou jovem, que na altura deles não havia até tantas oportunidades para aparecer como eu tenho tido. Claro que para mim a questão da idade não é assim tão importante, mas tenho ouvido esses conselhos e vou esperando pelas oportunidades», explica o jogador ao Maisfutebol.

A paciência é uma virtude nesta estadia em Itália: «O Felipe, que já jogou na Udinese e na Fiorentia, costuma dar-me esses conselhos, assim como o Amauri. Costumo falar com eles, também com o Gabriel Paletta, o Jaime Valdés que esteve no Sporting, etc. Temos um bom grupo.»

«O treinador apostou em mim frente à Juventus e penso que o jogo correu-me bem. Era um jogo muito importante, infelizmente perdemos no final mas no dia seguinte deram-me os parabéns pela exibição. Ninguém estava à espera que eu fosse titular, não jogava há cerca de um mês, mas o treinador já tinha a ideia na cabeça», frisa Pedro Mendes.

«No ano passado jogava contra Oliveirense ou Tondela...»

A saída do Sporting, que gerou alguma polémica, permitiu ao defesa abrir novos horizontes. «No ano passada jogava contra Oliveirense ou Tondela, com todo o respeito por esses clubes, agora estou a defrontar alguns dos melhores avançados do mundo, como Tévez, Llorente ou Giovinco.»

«No último jogo tive de marcar o Carlos Tévez, é um avançado com uma qualidade fora do normal mas, se mantivermos a calma e a concentração, é possível ganhar o duelo. Acabei por sair quando o jogo estava 0-0, mas pouco depois a Juventus marcou», recorda o central.

A exigência da Serie A é um desafio aliciante para o português: «A Itália costuma formar grandes centrais, tem muita escola nessa posição. Esse também foi um dos motivos que me levou a vir para cá»

Pedro Mendes é treinado por Roberto Donadoni e partilha o balneário com jogadores como Amauri e Cassano. Uma realidade que enche o jogador de satisfação.

«Ser treinado pelo Roberto Donadoni é bom, é um antigo jogador com uma grande história no futebol italiano e na seleção. É um privilégio, embora ele não seja um treinador que costume individualizar muito as suas conversas, não costuma falar com os jogadores em particular», revela.

«Cassano diz sempre o que pensa»

Antonio Cassano, por outro lado, surpreendeu o português: «O Cassano tem uma qualidade acima da média, tem uma personalidade forte e diz sempre o que pensa. Não sei se isso é bom ou mau. Mas ouvia muitas histórias sobre ele e, sinceramente, desde que cheguei nunca o vi fazer algo que pudesse prejudicar a equipa, protestar com árbitros ou isso. Está calmo nesse aspeto.»

O defesa de 23 anos mostra-se adaptado à nova realidade e espera merecer novas oportunidades a breve prazo. Para já, o saldo é positivo. Um campeonato novo, um clube com prestígio e uma cidade acolhedora. «Parma é uma cidade tranquila, onde não se passa grande coisa, mas onde os jogadores podem passear à vontade pelas ruas, sem serem abordados pelas pessoas. É uma cidade muita bonita, com muita cultura e história», conclui Pedro Mendes.