SLOW MOTION:
«FOOTBALL REBELS» - Gilles Perez e Gilles Rof. O futebol é muito mais do que um jogo. É uma compilação sagrada de valores humanos. Se Eric Cantona o afirma, eu aceno a cabeça em concordância. Jamais contrariaria o genial Enfant Terrible, Le Roy.
Neste documentário dividido em cinco partes, um rebelde sem causa narra os feitos heroicos de cinco antigos futebolistas profissionais. Esses sim, verdadeiros missionários de causas decisivas.
Predrag Spasic, antiga Jugoslávia. Solidariedade. Durante a guerra dos Balcãs o antigo defesa internacional decidiu não fugir de Sarajevo. Manteve-se ao lado do povo, suportou horrores, tomou conta de uma escola para abrigar dezenas de crianças bósnias.
Carlos Caszely, Chile. Resistência. Opôs-se até ao fim à ditadura sanguinária do general Pinochet. Viu a mãe ser torturada, viu amigos vergados pela repressão militar. Sobreviveu para contar.
Rachid Mekhloufi, Argélia. Liberdade e independência. Fugiu de França para vestir a camisola de um país que não existia. Foi feroz opositor da ocupação gaulesa neste território do Magrebe e tornou-se um símbolo respeitado na conquista da independência.
Sócrates, Brasil. Democracia e igualdade. Líder da insurreição inscrita na Democracia Corintiana. A elegância nos golos e nos gestos políticos. Uma história já contada pelo Sérgio Pereira no Maisfutebol.
Didier Drogba. Paz e irmandade. Figura imprescindível no acordo de paz e no cessar fogo ainda vigente na Costa do Marfim.
Bons rebeldes, heróis, protagonistas de um filme extraordinário. Falo disto e lembro-me do outro suposto rebelde. Sem razão, sem vergonha, atulhado em escombros de mimo e mau profissionalismo.
Falo de Óscar Cardozo, autor da mais desavergonhada desfaçatez de que tenho memória nos relvados nacionais. Nesta lista, Cardozo jamais entraria.
SOUNDCHECK:
«LEECHES» - The Glockenwise. No relvado onde Mangonga e Cacioli tornaram o Gil Vicente respeitado e, por que não, temido, esta banda de Barcelos gravou um delicioso vídeo clip. Sugestão do sempre atento João Tiago Figueiredo. Saudades do velhinho Adelino Ribeiro Novo!
