Tal como seria de esperar, vêm aí mexidas na seleção nacional para o jogo com a Inglaterra, marcado para quinta-feira, em Wembley. Esta é a principal nota do dia no que à seleção nacional diz respeito.

O grupo de trabalho voltou a trabalhar às ordens de Fernando Santos, a um dia de viajar para Londres onde fará o segundo jogo de preparação para o Europeu. O treino foi aberto aos jornalistas apenas por quinze minutos mas permitiu notar mexidas importantes, dado que a distribuição de coletes foi efetuada à vista de todos.

Nesta altura, a principal dúvida parece ser mesmo na baliza, embora seja quase certo que também vai mudar. Os três guarda-redes trabalharam à parte o que não ajudou a dissipar dúvidas. De qualquer forma, Anthony Lopes, titular frente à Noruega, será o que tem menos hipóteses de vir a jogar.

Veja-se, então, o resto da equipa.

Defesa

Ricardo Carvalho deve ser o único jogador a manter a titularidade. Aos 38 anos, o central do Mónaco foi substituído à hora de jogo, frente à Noruega, num dos momentos da partida, já que entregou a braçadeira de capitão a Éder. Como José Fonte jogou os 90 minutos e Pepe ainda não está em estágio, depois de ajudar o Real Madrid a vencer a Liga dos Campeões no último sábado, a titularidade deverá ser para os dois outros centrais disponíveis: além de Carvalho, Bruno Alves.

Bruno Alves deve ser titular contra Inglaterra

As alas também serão, tudo indica, renovadas. Cédric e Raphael Guerreiro, que até marcou, foram titulares no primeiro duelo e darão agora lugar a Vieirinha e Eliseu, respetivamente, eles que até têm sido apontados como os mais fortes candidatos à titularidade no Europeu.

Se do lado esquerdo Eliseu partia claramente à frente de Raphael Guerreiro, embora o golo e a boa atuação ajudem a baralhar as contas, do lado direito a disputa será mais acirrada, até porque Cédric foi o lateral direito mais utilizado na qualificação.

Meio campo

Fernando Santos vai voltar a apostar em quatro jogadores, o que é um sinal evidente de que Portugal vai mesmo jogar em 4-4-2 no Europeu.

Em relação ao duelo do último domingo, João Moutinho e João Mário devem manter a titularidade, ao passo que William Carvalho e André Gomes darão oportunidade a Danilo e Adrien, suplentes utilizados no Dragão, de ganhar mais minutos.

Depois de jogar a central contra a Noruega, Danilo deve voltar ao meio campo

Curiosamente, ainda não deve ser desta que Fernando Santos apresenta, de início, o falado «meio campo do Sporting», apostando no trio William-João Mário-Adrien. Contra a Noruega, a fórmula foi testada durante 18 minutos, o tempo que passou entre a entrada em campo de Adrien, para o lugar de Moutinho, e a saída de João Mário, para entrar Renato Sanches.

Ainda não deve ser desta que o médio do Bayern Munique se estreia a titular na seleção, o que prova que, até pela idade, está ainda no fundo das opções de Fernando Santos para o miolo.

Ataque

Depois do golo, da estreia a capitão e, sobretudo, de 90 minutos em campo, Éder deve ficar de fora em Wembley, o que indica que Portugal vai jogar sem um ponta de lança fixo.

Também Ricardo Quaresma deu cartas contra a Noruega e também ele deve agora começar no banco. É preciso dar minutos a Rafa, que pode ser uma opção interessante para o torneio. Ao seu lado, deve jogar Nani.

Contudo, convém sublinhar que, no treino desta terça-feira, dada a escassez de jogadores, Fernando Santos dividiu as equipas em grupos de 9, sem guarda-redes. Nani não estava naquele que é apontado como o grupo principal, mas, até pela importância no grupo, precisa começar a ganhar dinâmicas para o Europeu.

A equipa provável contra Inglaterra:

Um apoio «especial» no dia em que falou Ricardo Carvalho

De resto, o dia da seleção ficou também marcado pela conferência de imprensa de Ricardo Carvalho.

O mais velho jogador de campo do Europeu recordou a final de 2004, com a Grécia, de má memória para Portugal. Será mesmo? O defesa do Mónaco admite a frustração por não ter ganho mas lembra que o mais importante foi ter chegado ao jogo decisivo.

«Temos a ambição de chegar a uma final e ganhar. Passar a primeira fase é obrigatório», afirmou o central português.

Pouco depois, a seleção recebeu um apoio «especial». Ou do «Special One», como preferir. José Mourinho diz não encontrar uma «seleção do outro mundo» que seja claramente favorita a ganhar e, por isso, engloba Portugal no leque dos candidatos, alargado a cinco ou seis equipas.

«Se me disserem que Portugal ganha eu não abriria a boca de espanto. Se for a uma meia-final ou a quartos de final, muito menos abriria», disse.