Matías Fernández

O Sporting é cada vez mais do chileno. A camisola 14 já não é um corpo estranho à equipa, muito menos é mal vista das bancadas e é para ela que se olha entre os que estão em campo. Matías Fernández atravessa excelente momento de forma e, talvez como nunca antes acontecera, a exibição do chileno coincidiu com um bom desempenho da equipa. O 14 alimentou a chama dos leões, com aquele transporte da bola, junto ao pé direito, e a perceber que entre as linhas da Académica podia desequilibrar. Também demorou algum tempo, mas, finalmente, alguém na Academia percebeu que uma bola parada de Matigol é meio golo. Nesta noite, foi apenas isso, meio, porque Polga não concretizou; mas meio golo teve também na assistência aveludada para Djaló, no primeiro da noite; e depois insistiu tanto numa jogada que fez mais meio, com o Sporting a chegar aos 2-0. Em menos palavras, fez a equipa jogar bem e chegar ao triunfo, no primeiro tempo e não a deixar ficar lá atrás, como em tantas outras noites, no segundo. Quando assim é, costuma dizer-se que foi o melhor em campo. O chileno começou a devolver o sorriso a Alvalade.

Vukcevic

Estava em noite sim e, quando isso acontece, Vukcevic pode ser desconcertante. É certo que costuma passar por altos e baixos, exibições melhores e outras menores, mas frente à Académica quis mostrar serviço. Logo nos primeiros instantes mostrou ao que vinha, com vários lances pela direita. Entendeu-se muito bem com Matías e tentou quase sempre descobrir espaços atrás da defesa da Briosa. Para coroar o bom desempenho, um passe magistral para o segundo de Yannick Djaló. Jogou uma hora e isso bastou para ter influência no resultado.

Djaló

O que dois criaram, um terminou. E de que maneira. Até estava a ser aquele Yannick Djaló meio trapalhão, a correr mais que a bola, que ficava para trás. Mas de repente, um passe aveludado de Matías Fernandez permitiu-lhe abrir o marcador com um golaço à entrada da área. Encheu o pé e Alvalade saltou com a sentença do 1-0, justa para o que se via. Depois, aproveitou assistência de Vukcevic para o 2-0, num chapéu a Peiser. Pode não ter sido o melhor em campo, mas acabou por ser decisivo. Os dois golos que marcou e o jogo de Matías devolveram sorrisos aos adeptos.

Rui Patrício

Agora que Matías Fernández jogava com as mesmas cores, Rui Patrício mostrou que terá ultrapassado aquele golo do chileno, nos compromissos das selecções. E traz-se esse lance para aqui porque o guarda-redes dos leões defendeu dois tiros incríveis de Amauri Bischoff, de falta. Por Portugal, tinha partido tarde demais para o remate de Matías, mas em Alvalade voou duas vezes, a primeira delas num salto inacreditável, para outras tantas defesas a bolas paradas do dez da Briosa. Antes, já tivera outra intervenção muito boa, a remate de Hugo Morais. Quando foi preciso, estava lá e não falhou, ou seja, esteve seguro em todos os lances, do início ao fim. É isso que se pede a todos os guarda-redes. Mas exige-se ainda mais aos dos «Grandes».

Bischoff

O que a Académica fez de bem passou pelos pés de Amauri Bischoff. O 10 esteve sempre activo no meio-campo, fosse a querer a bola que os adversários tinham, fosse a recebê-la dos companheiros, para depois orientar o sentido de jogo da Briosa. Apontou dois livres de forma superior, que levam destino de golo, não fosse Rui Patrício. Bischoff deu emoção ao jogo, embora tenha caído um pouco de rendimento no segundo tempo e nunca tenha tido, até à entrada de Laionel, alguém que o acompanhasse de facto.

Carreño

Estreou-se a titular na Liga. Se antes pouco se dera por ele, também não foi agora que se destacou. Pode até ter sido apenas um dia mau, mas calhou logo no mais importante da temporada, até ao momento. Não fez esquecer, nem por sombras, Miguel Fidalgo. Esteve mal Carreño e má foi a decisão de Ulisses Morais.