V. Guimarães-Benfica (2-1) AO MINUTO

Combate, golos, virtuosismo, ambição e erros graves da arbitragem. Cinco ingredientes que definem aquilo que foi o triunfo do Vitória sobre o Benfica (2-1). Grande jogo de futebol, sempre nos limites, disputado olhos nos olhos, com mais coração do que cabeça. Está a nascer mais uma equipa de horizontes largos no Minho. Atenção ao Guimarães.

A situação do Benfica é preocupante. Três pontos em quatro jogos é o penoso balanço deste início de Liga para os campeões nacionais. Os resultados são cruéis e podem ditar uma distância de nove pontos para o F.C. Porto já à quarta jornada. Esta noite existe uma atenuante forte a envolver o insucesso: Olegário Benquerença deixou por marcar duas grandes penalidades a favor dos da Luz.

Combate. Peleja dura, agressiva, sublinhada a amarelo, tantos e tantos foram os cartões mostrados por Olegário Benquerença (já vamos ao árbitro da partida). Entradas ríspidas, provocadas pelo ritmo alto, imposto do princípio ao fim pelas duas equipas. Jogo para homens de barba rija, diriam os antigos. Jogo, ainda assim, polvilhado de honestidade.

Golos. Três. O primeiro do Vitória é todo ele talento, o do Benfica é astúcia e aproveitamento de um erro grave. Mais tarde, a dez minutos do fim, a crença de Rui Miguel na antecipação a David Luiz fez toda a diferença.

E na quinta jornada há um derby Benfica-Sporting.

Dois golos a abrir e dois virtuosos para aplaudir

16 minutos, 1-0. Toque em habilidade de Marcelo Toscano, deliciosa arrancada de João Ribeiro, finalizada num passe de régua e esquadro para Edgar. Perante Roberto, a finalização do ponta-de-lança, num chapéu, merece aplausos.

32 minutos, 1-1. Canto na esquerda do ataque das águias, Nilson faz o que todos esperavam ver Roberto fazer e Saviola finaliza de primeira. Lapso do guarda-redes brasileiro, a reanimar uma bola morta na zona da pequena área.

FICHA DE JOGO

Os Destaques do jogo

Virtuosismo. O Vitória tem executantes acima da média do meio-campo ofensivo para a frente. Marcelo Toscano encanta com pormenores de génio, João Ribeiro só não está num patamar mais elevado da sua carreira por não ser Ribeiric ou Ribeirov. Foram eles os grandes responsáveis pelos primeiros 30 minutos fulminantes do Guimarães.

Duas razões de queixa a favor do Benfica

Ambição. O Benfica afogou-se em erros próprios, é verdade, e nos da equipa da arbitragem. Reagiu bem à desvantagem no marcador, teve lances interessantes entre os 30 e os 60 minutos, mas continua longe do nível atingido na pretérita temporada. Foi ambicioso, mais impulsionado pelo incómodo do resultado do que por iniciativa própria. Essa foi uma das diferenças entre os encarnados e os minhotos.

Cardozo voltou a ser mordido pelo ferrão da apatia, Javi García está lento e desconcentrado, Fábio Coentrão foi uma sombra do lateral objectivo e desequilibrador. Inaceitável também a forma como a equipa não conseguiu reagir ao segundo golo do Vitória.

Para acabar: erros graves da arbitragem. Incompreensível as decisões de Olegário Benquerença em dois lances na área do Vitória. Aos 37 minutos há um pontapé claro de Ricardo na perna de Aimar; aos 52, Carlos Martins é levado à frente por um defesa. Nestes dois instantes o Benfica tem razão de queixa, mas não basta olhar para o lado e acusar.

Há muito a melhorar nesta equipa.

Jesus e Rui Costa atacam Benquerença