O mundo não é, apenas, uma bola e este foi um fim de semana que, pelo menos na ótica portuguesa, faz a ideia ter todo o sentido.
Com um triunfo no Mundial sub-20 de Hóquei em Patins, uma vitória no motociclismo, uma final de um torneio ATP ou os Mundiais de Ciclismo na estrada, vale a pena olhar para algo mais do que o retângulo relvado.
O que não quer dizer que não se deva, também, olhar para aí. Aliás, já que o futebol ainda é, por estes lados, o desporto rei, é precisamente por aí que começamos, num rescaldo internacional em cinco figuras…mais uma.
-Paulo Sousa e um arranque de sonho
A-R-R-A-S-A-D-O-R. Assim, em maiúsculas, para que o feito ganhe o devido destaque. A Fiorentina foi a San Siro fazer uma demonstração de classe e
esmagar o Inter por 4-1. Aos 25 minutos, já a equipa «viola» ganhava por 3-0.
No jogo em si, frente a um rival que vencera os cinco jogos que fizera até este domingo, a grande figura foi Nikola Kalinic, autor de um hat-trick, mas é impossível não olhar para o banco onde o português Paulo Sousa lidera uma equipa que entusiasma.
Há 17 anos que a Fiorentina não comandava a
Liga italiana. Paulo Sousa repete o feito de Giovanni Trappatoni. Sem Batistuta, sem Rui Costa, mas com Borja Valero, Blaszczykowski, Badelji e uma equipa que promete e que merece um acompanhamento detalhado.
-Até já Leo Messi
Quem gosta de futebol do bom não pode ficar feliz com a notícia que marcou a jornada em Espanha: a lesão de Lionel Messi. Um lance azarado que envolveu, sem culpa, o defesa Bigas, do Las Palmas, logo ao minuto três em Camp Nou.
Messi ficou agarrado ao joelho, saiu, reentrou mas não dava. Os génios não são de ferro. O diagnóstico apontou para rotura do ligamento lateral interno do joelho esquerdo. Não necessita de cirurgia, mas exige
uma paragem nunca inferior a dois meses.
É esse o tempo que o Barcelona, que a meio da semana perdeu a liderança da Liga, terá de aguentar sem Messi. E que os olhos dos amantes do futebol terão de esperar por novo momento de génio.
-Leo Baptistão põe um submarino a voar
Despache-se na primeira tirada a ironia de ter sido um antigo jogador a derrotar o Atlético de Madrid e centre-se a história no essencial: se em Itália manda a Fiorentina, em Espanha o líder é não menos surpreendente Villarreal.
Momentâneo, dirão uns. Por demérito alheio, sublinharão outros. Com muito mérito próprio, terão todos de reconhecer.
Afinal, o «submarino amarelo» ainda não perdeu em seis jornadas e, desde o empate a abrir, com o Bétis, é só ganhar. Este sábado,
derrotou o Atlético Madrid, com o tal golo do ex-colchonero Baptistao logo ao minuto 14. Foi o suficiente, o que também, de si, foi estranho: o Atlético não ficava em branco num jogo oficial desde maio. Até quando, não se sabe, mas, nesta altura, que é o que conta, há um sumarino a voar mais alto na Liga espanhola.
-Rooney mata os borregos
Deixar de ser tema é um ponto sempre positivo para quem procura uma vida tranquila. É, certamente, o caso de Wayne Rooney, que procurava, há muito, o golo que acabasse com a seca na Premier League. Desde 4 de abril que não festejava e, este sábado,
lá conseguiu saciar a fome.
Fez o 2-0 no triunfo por três golos sem resposta do Manchester United frente ao Sunderland e, ao mesmo tempo, ajudou a quebrar um outro enguiço: é que desde que Alex Ferguson deixou o banco que o United não liderava isolado a
Premier League.
Rooney tem motivos para sorrir, mas Van Gaal também.
-Lewandowski: dois até poderiam ser poucos…
Há uma história popular que fala de um homem que prometera levantar 200kg, mas só conseguiu 199, o que levou toda a gente a gritar: «Fraquinho!».
É mais ou menos isto que, ironicamente claro está, se pode colar a Robert Lewandowski. É que fazer dois golos em 12 minutos pode parecer brilhante para o cidadão comum. Mas quando se fala do avançado polaco, o homem que a meio da semana fez cinco em nove minutos, até apetece fazer como o povo e gritar: «Fraquinho!».
Mais a sério, os
golos ao Mainz (0-3) serviram, ainda, para o avançado do Bayern Munique (que continua 100 por cento vitorioso na Bundesliga), atingir e ultrapassar um número redondo, o dos cem golos na Bundesliga. Tem, agora, 101.
-Miguel Oliveira (e os outros)
Destacamos a terceira
vitória de Miguel Oliveira no Moto3, esta temporada, porque, na verdade, foi isso mesmo: um triunfo. Ganhou, chegou primeiro, bateu todos os outros, foi o melhor.
O português, que já tem contrato para subir à categoria intermédia em 2016, continua a dar boa conta de si e está, já, em terceiro da geral do campeonato. Longe da frente, mas com direito a sonhar.
Miguel Oliveira ganhou. Ponto final, então. Mas que o feito não apague, de todo, o que outros digníssimos representantes lusitanos conseguiram neste fim-de-semana eclético.
João Sousa, por exemplo,
voltou a uma final de um torneio ATP. Foi a sexta da carreira e a terceira do ano. Em São Petersburgo, não resistiu ao favoritismo de Milos Raonic que, praticamente, ganhou o jogo a servir: 22-0 em ases.
No ciclismo, nos Mundiais de Richmond, Rui Costa não conseguiu repetir o triunfo de 2013, em Florença, mas não ficou longe. Terminou em nono lugar, em mais uma boa prova, desta vez
ganha pelo eslovaco Peter Sagan.
Internacional
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28 set 2015, 10:11
Seis figuras de um fim de semana eclético
Da lesão de Messi ao fim do jejum de Rooney, passando pela super Fiorentina de Paulo Sousa e com um olhar às modalidades onde portugueses se destacaram
Da lesão de Messi ao fim do jejum de Rooney, passando pela super Fiorentina de Paulo Sousa e com um olhar às modalidades onde portugueses se destacaram
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