Voltam os jogos da segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões e o Arsenal chega ao Monaco para tentar impor à equipa de Leonardo Jardim aquilo que só o Benfica «permitiu» na história das competições europeias.

A equipa de Arsène Wenger tem de recuperar nesta terça-feira de uma derrota em casa por 3-1 sofrida na primeira mão. Em todas as eliminatórias de provas europeias, como lembra o site da UEFA, entre todas as equipas que ganharam um jogo da primeira mão fora por 3-1, apenas o Benfica acabou eliminado.

O registo inédito aconteceu na Taça dos Clubes Campeões de 1968/69. O Benfica venceu primeiro em Amesterdão por 3-1. O Ajax venceu depois na Luz pelo mesmo resultado. Jogou-se uma terceira partida em Paris. Ao fim dos 90 minutos, o marcador continuou em branco. No prolongamento, Cruijff marcou um golo e Danielsson mais dois. O Ajax ganhou 3-0 e passou às meias-finais.
 


Os números na fotografia da UEFA correspondem à legenda:
1 – Johann Cruijff
2 – Humberto Fernandes
3 – Torres
4- Piet Keizer


É repetir aquilo que aconteceu há mais de 40 anos o que o Arsenal pretende. «Se não acreditássemos nem valia a pena lá ir», assumiu Wenger. E é evitar o que só uma vez aconteceu aquilo que o Monaco quer. Leonardo Jardim começou a guardar o resultado favorável já na conferência de imprensa: «Vai ser o jogo mais difícil da época.»

O histórico das competições europeias joga a favor do Arsenal quando a equipa inglesa nunca perdeu em França como também nunca foi afastada por clubes franceses em eliminatórias a duas mãos. Mas os «gunners» também nunca deram a volta a uma derrota caseira na primeira mão. O Monaco tem a seu favor nunca ter sido eliminado depois de ganhar fora, assim como está invicto no Estádio Luís II nas competições europeias já lá vão oito jogos: desde março de 2005 (derrota por 2-0 com o PSV).

A equipa francesa tem mais razões para se manter otimista, pois, além de estar na frente da eliminatória, as lesões vão ficando resolvidas. Leonardo Jardim já pode contar com três jogadores indisponíveis na vitória por 3-0 sobre o Bastia do fim de semana. Toulalan, Kondogbia e Ferreira-Carrasco integram a lista de convocados onde estão também os três portugueses da equipa: Ricardo Carvalho, João Moutinho e Bernardo Silva.

Mas o treinador português não pode ainda dispor de Bakayoko, Traoré e Raggi, No Arsenal, Wenger já pode contar com Gabriel, mas Rosicky não recuperou e ficou em Londres, onde também permaneceram os lesionados Oxlade-Chamberlain (autor do golo dos «gunners» na primeira mão), Debuchy, Diaby e Arteta.

Se o Arsenal está pela 15ª vez consecutiva nos oitavos de final da Liga dos Campeões, as últimas quatro ficou também sempre nesta fase da prova. O Monaco tenta a quinta presença nos quartos de final – duas delas foram com Wenger ao comando dos monegascos: 1988/99 e 1993/94 (chegando às meias-finais).

Wenger treinou o clube do principado entre 1987 e 1994 e reconhece gratidão pelo início de carreira.
 



O Monaco não só reproduziu o agradecimento do treinador francês. Também o homenageou no regresso ao Luís II.
 



Em Madrid, é a equipa da casa que precisa de virar a eliminatória. O Atlético joga a segunda mão depois de ter perdido 1-0 na Alemanha com o Bayer Leverkusen. A motivação dos «colchoneros» começa na estatística.
 


Mas a estatística diz também que o Atlético nunca ganhou ao Bayer em outras duas hipóteses que teve (aconteceram dois empates na fase de grupos da Liga Europa 2010/11). Entre estatísticas e jogo da pressão, Roger Schmidt empurra a obrigação de passar aos quartos de final para o vice-campeão europeu: «O Atlético Madrid continua a ser o favorito.» Diego Simeone aceita o repto e a ambição «colchonera» de não ficar já pelos oitavos de final. O treinador argentino confia na sua equipa e o que pede é «um estádio cheio que empurre o Atlético para a frente».

O favoritismo da equipa espanhola já está debilitado pela metade já disputada, mas ainda mantém alguns pergaminhos. O At. Madrid tenta passar pela sétima vez aos quartos de final da Liga dos Campeões, enquanto o Bayer só passou aos quartos duas vezes.

E a estatística de 10 apuramentos em 19 vezes que perdeu a primeira mão fora ajudam às ambições «colchoneras». Mas, neste aspecto em particular do primeiro jogo, o Bayer vence de caras: os alemães ganharam sempre a eliminatória europeia quando venceram em casa a primeira mão (três vezes com o 1-0 na Alemanha).

E Roger Schmidt também está mais descontraído em relação às opções de que dispõe. Simeone não pode contar com o português Tiago e Godín (castigados), como ainda tem Siqueira lesioando e também Ñiguez. Já no Bayer, Jedvaj é o indisponível (Spahic está em dúvida), mas Roger Schmidt tem Ömer Toprak de volta aos jogos europeus e também já teve a garantia de que pode contar com Lars Bender, que treinou a 100 por cento no Vicente Calderón.



Jogos do dia 18 de março da segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões:
Barcelona-Manchester City (2-1)
B. Dortmund-Juventus (1-2)

Quadro dos oitavos de final da Liga dos Campeões: