A exigência de reduzir a zona comercial prevista no Plano de Pormenor das Antas partiu da Associação de Comerciantes do Porto (ACP). Este grupo reivindica os prejuízos que os comerciantes poderão vir a ter no caso de se confirmar a área de 40 mil metros quadrados reservada a densidade comercial. Esse é o valor negociado entre F.C. Porto e Nuno Cardoso. No entanto, e perante as queixas dos comerciantes, Rui Rio apresentou, na passada sexta-feira, a proposta de reduzir este espaço para apenas dez mil metros quadrados.

O F.C. Porto não aceitou essa alteração e as obras do novo estádio pararam de imediato. As conversações entre Rui Rio e o Grupo Amorim levaram a um esboço de entendimento que previa uma área comercial bem maior do que os tais dez mil metros quadrados, mas deixava no ar a possibilidade de existir uma indemnização na ordem dos 7,5 milhões de euros para os comerciantes. No entanto, a Associação de Comerciantes mostrou, desde logo, as suas hesitações quanto a aceitar esta hipótese, que nunca chegou a ficar totalmente oficializada. Mas o pagamento de indemnizações pode mesmo ser uma solução de consenso: «Se não houver outra saída, teremos de avaliar se pode have uma compensação para os comerciantes», admitiu esta tarde Laura Rodrigues, em conferência de Imprensa.

Laura Rodrigues admite ceder, essencialmente, na questão do centro comercial, um dos grandes cavalos de batalha dos comerciantes. Num caso de inevitabilidade daquela construção, a presidente da ACP já pondera uma proposta que lhe foi feita pelo Grupo Amorim. Ainda assim, a presidente da ACP garante que o valor da indemnização que está em cima da mesa é «inferior ao que tem sido referenciado na imprensa».

Decisão na segunda-feira

Perante o dado novo que constitui a proposta da Associação Portuguesa de Mediação Imobiliária (APEMI), os comerciantes vêem uma possibilidade de parte das suas pretensões serem atendidas. Mesmo a proposta de redução para uma área comercial de dez mil metros quadrados avançada por Rui Rio aindanão teve uma resposta positiva por parte da ACP. Mas a verdade é que este cenário permitiria uma realidade bem menos gravosa para os interesses dos responsáveis do comércio tradicional, se comparado com o inicialmente previsto no Plano de Pormenor.

Os comerciantes queixam-se de, desde que começaram a contestação a todo este processo, têm vindo a sofrer «pressões inaceitáveis», no sentido de facilitar o avanço do Plano de Pormenor das Antas.

Uma decisão definitiva dos comerciantes em relação às cedências que estarão dispostos a fazer só será tomada na segunda-feira à noite, na Assembleia daquela associação portuense.

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