O treinador do Sporting, Paulo Sérgio, em declarações após o jogo com o P. Ferreira da 16ª jornada da Liga, que os pacenses venceram por 3-2, com arbitragem polémica de Luís Catita e que terminou com protestos das bancadas de Alvalade e antes de José Eduardo Bettencourt se demitir de presidente do Sporting:

«Quem treina um clube grande e não ganha sujeita-se aos protestos, porque as pessoas, no momento em que a partida termina, analisam com emoção e dificilmente com razão. Foi um jogo em que o Sporting fez muito para ter um resultado diferente, reconhecendo a boa organização do Paços. Mas a partida teve demasiadas peripécias, e graves, em nosso desfavor, estivemos sempre a correr contra o prejuízo. Um pontapé feliz do meio-campo deu num golo fantástico. A equipa regressa ao jogo, com o Cássio a fazer um punhado de excelente intervenções e depois uma penalidade que me parece inexistente. Depois, há um penalty a favor do Sporting que não se marca, e a seguir cometemos um erro a defender a bola, que dá no terceiro golo. Mas aí já tínhamos duas bolas na baliza. Tentámos chegar ao golo e não conseguimos. Foi demasiada pancada na mesma equipa, que não teve a melhor reacção, porque já tinha sofrido essa injustiça duas vezes. Salvaguardando as diferenças entre um clube e outro, e dando mérito ao Paços, mas penso que correu tudo a favor para chegarmos a este resultado. Como vou motivar jogadores? Nestes momentos em que levamos pancada de toda a gente é que se vê quem tem perfil e carácter. Quem é forte sabe responder já amanhã.»

Sente-se com condições para continuar?

«Continuarei sempre até me quererem cá. Jamais vou desistir. Tenho noção do que são as nossas capacidades e dificuldades. Faço avaliação de que estamos a fazer trabalho sério e a favor do Sporting. Mais fragilizado? É sempre assim, quando não se ganha é sempre assim. Não podemos querer o melhor dos dois mundos, não podemos querer gente nas bancadas só a darem pancadinhas nas costas.»

Falou em dualidade de critérios na arbitragem, quer especificar?

«Dou um exemplo. No lance que o Liedson leva amarelo, e que teve mais de aparato do que outra coisa, antes, o meu querido Leonel Olímpio teve jogada igual e não viu amarelo. Há um conjunto de situações, nunca tenho falado de arbitragem, mas hoje tinha de o fazer.»