O director-executivo da Liga realça a bondade do projecto Euro-2004. Apesar dos sobressaltos... Na perspectiva de Guilherme de Aguiar, «a questão das Antas é um falso problema». Sobre o novo Governo, o director-executivo prefere esperar para ver. E nem acha decisiva a continuidade do ministério do Desporto.

Maisfutebol -- Como vê os sobressaltos que o processo de organização do Euro-2004 tem tido?

José Guilherme de Aguiar -- Com relativa normalidade. Antes do mais, devo dizer que é mais ou menos incontestável que o futebol é um assunto importante a nível nacional, que às vezes até tem mais peso do que a própria governação da Nação... Depois, há óbvias vantagens que passam pela promoção do país no estrangeiro. Já nem falo do rendimento imediato que se tira ao organizar a prova, com o aumento da entrada de turistas em Portugal, mas falo também de vantagens a outros níveis que são obtidas. Toda a gente sabe que Portugal sempre foi um país que dependeu sempre muito das receitas turísticas e essas vão aumentar em flecha na altura do evento. Falando em concreto da questão das Antas, sinceramente, julgo que essa é uma falsa questão. Iremos todos perceber que acaba por não haver problema Antas...

MF -- Que perspectivas tem em relação ao novo Governo? Fala-se que poderá estar em risco a continuidade de um ministério do Desporto...

JGA - Essa questão não me parece crucial. Independentemente de ser um ministério ou uma secretaria de Estado, o fundamental tem a ver com as prioridades que o novo Governo entender aplicar em relação ao Desporto. Claro que um ministro tem sempre um peso político maior, mas repito que o fundamental tem a ver com as políticas seguidas e não em saber se haverá ou não ministério.

MF -- E a mudança de cor política do Governo, pode significar alguma coisa para o Desporto?

JGA - Acho que ainda é cedo para saber exactamente isso, até porque ainda não se sabe exactamente como vai ser esse Governo.

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