José Augusto, especialista em biologia e fisiologia do desporto, põe em causa todo o processo que poderá conduzir ao castigo de Quim, guarda-redes do Sp. Braga que acusou níveis excessivos de nandrolona. 

Para este professor da Faculdade das Ciências do Desporto e Educação Física, «os aparelhos que o laboratório de Lisboa possui não permitem tirar todas as dúvidas. Para se saber se a produção de nandrolona foi endógena ou exógena, ou seja se foi fabricada organicamente pelo próprio corpo ou ministrado por injecção por exemplo, teria que se fazer uma análise através de um aparelho caríssimo, que não existe em Lisboa. Chama-se GAS CROMATOGRAPHY COMBUSTION ISOTOPE RATIO SPECTOMETER. Alguns laboratórios já o possuem». A técnica utilizada por este aparelho permitiria determinar a origem dos valores acusados por Quim.  

Como a dúvida permanece, mesmo depois da contra-análise, José Augusto considera errado estar a avançar-se com o processo: «Os aparelhos que temos no laboratório de Lisboa terão que estar muito bem calibrados para não existirem dúvidas. Não me quero pronunciar sobre se estão bem calibrados ou não, porque teria que conhecer melhor o estado deles, mas sei que são máquinas muito sensíveis e pequenas diferenças podem ser determinantes». José Augusto explica que «se o valor de Quim fosse na ordem dos 10, 12 ou mais nanogramas não existiriam grandes dúdivas que teria sido feita uma administração exógena. Com valores muito próximos dos dois nanogramas, todas as possibilidades devem ser colocadas». 
 

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