António Oliveira, seleccionador nacional, nunca esconceu a inclinação para utilizar Secretário no lado direito da defesa.
Na sua primeira passagem pelo cargo apostou bastas vezes no portista, ainda que durante o Europeu de 1996 (Inglaterra) tenha optado por Paulinho Santos nos dois primeiros jogos.
De regresso ao comando da selecção, o técnico nacional não hesitou em voltar a chamar Secretário. Em Viseu, no recente particular com a Lituânia, o jogador foi muito mal tratado pelos adeptos e nas partidas seguintes ficou de fora.
Em Roterdão, a 24 horas do embate com a Holanda do passado dia 11 de Outubro, Oliveira dizia a propósito do iminente retorno de Secretário: «Em princípio, se for possível, vou jogar com um lateral-direito de raiz. Isto se tiver a certeza de que os 60 mil espectadores não o vão assobiar só a ele...»
A aposta dificilmente poderia ter sido mais acertada. No final do jogo, o seleccionador voltou a abordar o assunto: «Quero dar os meus parabéns ao Secretário. É um jogador muitas vezes injustiçado. Fez uma exibição muito boa e provou que tem valor. Precisa é de ser acarinhado e apoiado.»
Os outros textos
1. Secretário em entrevista: «Jogo com a Holanda marcou a viragem»
3. A carreira
- A dar nas vistas na Sanjoanense
- O Sporting, as saudades da família e a ida para o F. C. Porto
- Veredicto: emprestado
- No lugar de Jaime Magalhães
- De extremo a lateral
- Dias negros em Madrid
- De volta às Antas
4. Diz quem o conhece
- Fernando Santos (treinador do F. C. Porto): «Pu-lo a jogar contra tudo e todos»
- Chendo (ex-jogador do Real Madrid): «Se calhar faltou-lhe regularidade»
- Humberto Coelho (ex-seleccionador): «Correspondeu sempre»
- João Pinto (ex-jogador do F. C. Porto): «Ainda bem que foi ele a substituir-me»
- Vítor Manuel (treinador do Salgueiros): «O nome dele saiu na rifa...»
- Costa Soares (F. C. Porto): «Sempre teve grande carácter»
- Aurélio Pereira (Sporting): «Era sportinguista desde pequeno»
- José Mina (Sanjoanense): «Não era um craque, mas sobressaía»