Na primeira abordagem, sublinha a questão para não deixar dúvidas: «Nunca fui treinador dele.» Poucos segundos depois, completa o raciocínio com clareza e de forma pausada. «Sou grande amigo do Secretário, falo muitas vezes com ele e acompanho o seu percurso desde as camadas jovens do F.C. Porto», sublinha Costa Soares, alma-mater das muitas gerações de jovens que passaram pelas Antas.
Quando Secretário chegou ao Porto para representar os juniores, o actual prospector de talentos do futebol azul e branco era o treinador dos juvenis. Por isso desencontraram-se nos caminhos do desporto-rei. «Foi sempre um jovem com grande carácter. Lembro-me que era um lutador, gostava de assumir riscos e jogava a médio-ala direito», destacou.
Do êxito à contestação, Secretário desceu os inúmeros degraus da escada. Subiu a pulso, mas decaiu sem ninguém esmiuçar a explicação mais razoável. «No futebol, passa-se de bestial a besta de um momento para o outro. Mas ele superou uma situação difícil, graças ao seu carácter e comportamento», finalizou Costa Soares.
Os outros textos
1. Secretário em entrevista: «Jogo com a Holanda marcou a viragem»
3. A carreira
- A dar nas vistas na Sanjoanense
- O Sporting, as saudades da família e a ida para o F. C. Porto
- Veredicto: emprestado
- No lugar de Jaime Magalhães
- De extremo a lateral
- Dias negros em Madrid
- De volta às Antas
4. Diz quem o conhece
- Fernando Santos (treinador do F. C. Porto): «Pu-lo a jogar contra tudo e todos»
- António Oliveira (seleccionador): «Muitas vezes injustiçado»
- Chendo (ex-jogador do Real Madrid): «Se calhar faltou-lhe regularidade»
- Humberto Coelho (ex-seleccionador): «Correspondeu sempre»
- João Pinto (ex-jogador do F. C. Porto): «Ainda bem que foi ele a substituir-me»
- Vítor Manuel (treinador do Salgueiros): «O nome dele saiu na rifa...»
- Aurélio Pereira (Sporting): «Era sportinguista desde pequeno»
- José Mina (Sanjoanense): «Não era um craque, mas sobressaía»