Tantas vezes injustiçado, tantas vezes o defendi. Secretário é, para mim, o melhor lateral direito do futebol português de todos os tempos (a seguir a João Pinto, mas à frente de Veloso!!!). Erra como todos os outros, mas quando erra cai tudo em cima. Supreendido por tal facto? O mínimo que posso dizer é que sim e muito, pois ainda não compreendi o porquê de tal injustiça.
João Fonseca
É um grande jogador para jogar no Porto... assim como os portistas diziam que Vale e Azevedo era o melhor presidente para o Benfica!!!
Na verdade, o Secretário é um jogador médio... um bom jogador para um clube médio e um seleccionável numa selecção média.
Se o Porto quer ser grande tem que ter grandes jogadores e se a selecção quer ser uma Super-Selecção ( como todos esperamos) teremos que utilizar apenas os melhores do país e melhores que o Secretário existem muitos...
Obrigado!!
Penso que a má opinião formada pelo público se deve principalmente a dois casos: o primeiro foi o mediático "caso Paula", e o segundo foi a atitude mal educada e incompreensível numa figura pública como ele é, que foi o gesto provocatório que teve para com o público na final da Taça com o Sporting.
De resto, e numa análise puramente profissional, penso que deve ser considerado pela maior parte dos apaixonados da bola como o melhor defesa direito português. Melhor a defender do que a atacar, especialmente nos cruzamentos para a área adversária.
João Ribeiro
A minha opinião é que tentaram acabar com a carreira dele e causar mau ambiente nas Antas.
Nunca mais me vou esquecer do comentário do Eduardo Luís (se não me engano) [n.d.r. - José Eduardo] na RTP 1. Foi horrível alguém criticar daquela forma o Secretário ou qualquer profissional de outra área. O Nuno Santos (SIC , Desporto Digital) também fez uma «rica» crónica. Como trabalha para a SIC, que pelos vistos é uma TV que em termos de futebol não é independente e rigorosa e só vê para um lado, não se podia esperar mais.
Por isto e por outras, Secretário deu uma «bofetada de luva branca» em muita gente, e deu razão ao Sr. Eng. Fernando Santos quando o punha a jogar e ouvia umas assobiadelas e comentários depreciativos de toda a gente.
Ivo Daniel Alves
Do homem ninguém tem de comentar a sua vida pessoal, pois só a ele diz respeito. Quanto ao jogador, claro que toda a gente pode ter a sua opinião, e a minha é a seguinte : É bom jogador , mas não é jogador de selecção e nunca o foi... é que jogos como ele fez pela selecção contra a Holanda podem contar-se pelos dedos de uma mão e ainda sobram.
Abel Xavier é de longe melhor que ele, já para não falar de outros.
A minha opinião sobre o jogador Secretário desde sempre se manteve constante. O Secretário é um excelente profissional e se não parece é por culpa da grande maioria da comunicação social, nomeadamente os desportivos lisboetas, comentadores de futebol anti-FC Porto em geral, e todos os jornalistas que não têm dó nem piedade de ninguém. E o caso é de terem dó e piedade de si próprios.
O MaisFutebol é um exemplo de fair-play e de realçar a importância do espectáculo e não os
factos extra-jogo. Desde já parabéns por um trabalho tão bem conseguido!
De facto, o jogador Secretário é um grande profissional, de se tirar o chapéu pelo seu
empenho, pela sua determinação e rigor como defende, pela sua perspicácia e agilidade com que ataca, e que muita gente parece querer esquecer.
Viva o Secretário! Viva o Futebol!
Não acho que o Secretário mereça ser assobiado, nem nunca o assobiei.
Quanto a mim o Secretário é um jogador que, como muitos outros, teve a sorte
de se tornar profissional de alta competição sem nunca ter provado ter
qualidade para tal. Teve a sorte de, sabe Deus porquê, um clube de dimensão
mundial como o Real Madrid se ter interessado na sua contratação. A sua
passagem pelo clube madrileno provou que não tem qualidade para representar
clubes de alta competição.
Ainda assim não acho que mereça ser assobiado. Assobiados deviam ser
aqueles que nele apostaram para uma carreira como profissional.
Para terminar, acho que o Secretário se enquadra bem em clubes da dimensão
do Sporting de Braga e nada mais que isso. Nunca mereceu uma
convocatória para a selecção nacional, que tem a qualidade que todos sabemos
e que os últimos resultados comprovam.
No meu ponto de vista, o "caso" Secretário, é um paradigma irracional de alguns adeptos frustrados com quotidiando da vida com que levam. O Secretário, é um exemplo de abnegação de jogador, pois é daqueles que deixa tudo em campo.
Por vezes, é certo, não joga com o brilhantismo de um jogador mais tecnicista. Contudo, é um jogador práctico e objectivo.
Os assobios ao jogador Carlos Secretário são fruto de um mau passe num jogo célebre entre Sporting/ F.C.Porto, onde o Secretário, num lance menos bom, talvez o mais marcante da sua carreira, passou a bola a Acosta e este aproveitou a benesse da melhor forma fazendo o golo.
Eu, confesso, sou adepto do F.C.Porto e também, na altura, judiei do Carlos Secretário. Foi um lance menos bom deste que para mim é o melhor defesa direito português.
Na vida de um jogador, todos eles passam por momentos menos bons e o Secretário, naquele dia, teve um desses dias. Contudo, até as grandes «vedetas» do estrelato do futebol falham de baliza aberta, logo, o Secretário como grande jogador que é merece toda a nossa compreensão.
Para terminar, aproveito esta oportunidade para enviar toda a sorte do mundo ao Carlos Secretário e ao Nosso Glorioso Clube (F.C.Porto).
Boa Sorte.
O Secretário é um daqueles jogadores de futebol, como outros que foram
passando pelo FCP, que sem deixar de ser de mediana qualidade, foi
garantindo o seu lugar e uma estabilidade para a equipa.
A grandeza do Secretário foi-se vendo na única vez que teve de actuar num
campeonato sem defender as cores do FCP: devastador. De facto, sem um
jornal por trás (O Jogo) e um punhado de seleccionadores com medo dos
jornais, Secretário vai-se arrastando pelos campos, e aqui e ali (que o
diga o Sporting) mostrando o seu Real valor.
Ninguém duvide, que um defesa direito como o Secretário jogando em clubes
como o SCP e o SLB, onde a massa associativa e a própria imprensa não
perdoam deslizes teria, tal como em Espanha, os seus dias contados.
Curiosamente, nenhum dos nossos comentadores fala da falta de audácia,
de qualidade, de cultura táctica do Secretário (como comentam em relação a
todos os laterais do SLB e do SCP) sempre que este atleta não sabe subir e
ir a linha.
Se dúvidas houvesse do que é falsear a carreira de um jogador, atente-se
no seguinte:
-Nélson tem a titularidade assegurada (Secretário lesionado)
-Secretário repescado para a finalíssima da Taça. Como tal, automaticamente
repescado para a selecção. Felizmente após o primeiro jogo ficou no banco.
O objectivo pessoal já tinha sido atingido - ir à selecção. Claro que
ninguem falou da injustiça da não ida do Nelson, de longe um jogador com
mais qualidades desportivas que o Secretário. Realcei desportivas, porque
obviamente, e por ter este carinho todo, o Secretário deve ter outras
qualidades.
É nestas situações que se torna nítido o facto de o futebol ser um caleidoscópio de emoções fortes, frequentemente ambivalentes e paradoxais.
Sei porque Secretário foi e é assobiado nos relvados portugueses: ele é ainda um dos poucos jogadores que representa o FC Porto fechado, a cuspir fogo em todas as direcções. É o único jogador que continua a não falar para a SIC, tornou-se num alvo fácil para a necessidade bem portuguesa de maldizer (à semelhança do que aconteceu recentemente com Calado. É curioso notar-se que os outros jogadores do FC Porto que vão à Selecção não são tão fáceis de odiar: Vítor Baía, por temperamento, é mais comedido, esteve fora de Portugal e é um fora de série, o que lhe permite estar acima de críticas; Nélson, mais evoluido tecnicamente que Secretário (e mais polivalente), não demonstra a mesma garra e o mesmo querer que Secretário. Capucho é um artista que maravilha toda a gente, mas não é titular da Selecção e por isso não é fonte de controvérsia.
Jorge Costa (a quem já chamaram de assassino), Paulinho Santos (a quem já chamaram tanta coisa que nem vale a pena) e Secretário são fonte de controvérsia. E todos pela mesma razão: são produto da escola FC Porto. Não jogam para agradar a quem nem sequer consegue olhar para eles de frente. Jogam pelo coração.
Mas Jorge Costa e Paulinho não são assobiados nas Antas. Porque é que tal acontece com Secretário? Porque desde que chegou de Madrid que nunca mais conseguiu demonstrar a mesma segurança que evidenciava antes de partir. Quando voltou, teve um ano a recuperar psicologicamente e tudo foi tolerado. Mas quem conhece a massa associativa do FC Porto sabe como ela é exigente. Secretário sabe-o. Como sabe também o Domingos, que, sendo o menino bonito do Tribunal, também pode ser assobiado se as coisas correrem
sistematicamente mal.
Isto é, na Seleção Secretário é assobiado porque nele apenas vêm o jogador que na Finalíssima da Taça de Portugal foi perto da Juve Leo demonstrar o seu descontentamento por tudo aquilo que lhe foi gritado durante aquele jogo. E de tão emotivo, nem sequer se preocupou com a sua imagem. Ao contrário das "prima donnas" da Seleção.
Na sua casa, é assobiado porque não há amor que não sofra com a impaciência, com a intolerância. Carlos soube receber o recado, sofreu, lutou...e ganhou!
Atenciosamente,
Ana Martins
Os textos
1. Secretário em entrevista: «Jogo com a Holanda marcou a viragem»
3. A carreira
- A dar nas vistas na Sanjoanense
- O Sporting, as saudades da família e a ida para o F. C. Porto
- Veredicto: emprestado
- No lugar de Jaime Magalhães
- De extremo a lateral
- Dias negros em Madrid
- De volta às Antas
4. Diz quem o conhece
- Fernando Santos (treinador do F. C. Porto): «Pu-lo a jogar contra tudo e todos»
- António Oliveira (seleccionador): «Muitas vezes injustiçado»
- Chendo (ex-jogador do Real Madrid): «Se calhar faltou-lhe regularidade»
- Humberto Coelho (ex-seleccionador): «Correspondeu sempre»
- João Pinto (ex-jogador do F. C. Porto): «Ainda bem que foi ele a substituir-me»
- Vítor Manuel (treinador do Salgueiros): «O nome dele saiu na rifa...»
- Costa Soares (F. C. Porto): «Sempre teve grande carácter»
- Aurélio Pereira (Sporting): «Era sportinguista desde pequeno»
- José Mina (Sanjoanense): «Não era um craque, mas sobressaía»
